A relação entre marcadores inflamatórios e depressão: uma revisão da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2236-9600.2021.001.0010

Palavras-chave:

Marcadores inflamatórios, Citocinas, Biomarcadores, Depressão, Neuroinflamação

Resumo

A depressão é uma doença psiquiátrica que está cada vez mais persistente no mundo todo. Foi descrita pela primeira vez na Antiguidade e está até hoje tendo uma grande incidência de casos. Não se sabe ao certo sua fisiopatologia, porém nota-se cada vez mais que é um mal de causa multifatorial. A partir de muitos estudos realizados, já se sabe que existe uma diminuição na quantidade de neurotransmissores, como serotonina e dopamina, em relação a pacientes saudáveis. Esses neurotransmissores influenciam nossas emoções, aprendizado, humor e atenção e sua falta pode gerar o humor triste persistente. Seguindo essa lógica, estudos mais recentes demostram um aumento da quantidade de marcadores inflamatórios, como citocinas, interleucinas e PCR (proteína C-reativa), que podem atrapalhar o metabolismo de vitamina B, por exemplo, o que reduz a distribuição de serotonina, prejudicando o prognóstico de pacientes diagnosticados com transtorno depressivo. Em tais estudos, a presença exacerbada desses marcadores inflamatórios, principalmente IL-6, PCR, TNF e IL-1β, tem sido relacionada à existência de sintomas depressivos, como fadiga e sono prejudicado. Porém, em estudos contrários à teoria que relaciona a desregulação imunitária à depressão, a inflamação é explicada como fator decorrente de comportamentos associados a comorbidades relacionadas à depressão, como obesidade e doenças cardiovasculares. No que tange ao tratamento da depressão, os antidepressivos são utilizados em larga escala, sendo prescritos também para outras doenças. O uso inadequado e em excesso de tal medicamento é frequente e pode ocasionar diversos efeitos colaterais, como alta cardiotoxicidade, o que, segundo estudos, pode levar ao aumento dos marcadores inflamatórios sistêmicos, conforme o tipo de medicamento. Nesses estudos, o uso de antidepressivos tricíclicos (ADTs) resultariam em altos níveis de marcadores inflamatórios. Em contrapartida, outros estudos contrários demonstram que o uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) estaria relacionado à redução dos níveis de marcadores inflamatórios. Diante dessas divergências, novos estudos são feitos, a fim de relacionar o aumento no número de marcadores inflamatórios ao desenvolvimento da depressão, que deve ser investigado para ser utilizado como biomarcador clínico para depressão, contribuindo para o diagnóstico, monitoramento, prognóstico e tratamento da doença de forma eficaz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Davi Benevides Almeida, Centro Universitário Christus

Atua principalmente nos seguintes temas: depressão, sistema nervoso, COVID-19, neurociência, marcadores inflamatórios.

Stéphanie Chrystine Balestro Mota, Centro Universitário Christus

Possui ensino-médio-segundo-grau pelo Colégio Ari de Sá Cavalcante (2018), curso de aperfeiçoamento em inglês pelo Centro de Ensino Fisk (2017), com certificação de realização pela Cambridge English Language Assessment.

Dara da Silva Mesquita, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Biomedicina pelo Centro Universitário Christus (2018)Foi bolsista de iniciação cientifica pela Unichristus com o tema "Avaliação comportamental do efeito ansiolítico da Quercetina e seu composto semissintético em camundongos" e do projeto "Avaliação dos efeitos ansiolítico e anticonvulsivante da quercetina em camundongos C57BL6". É membro do grupo de estudos em Neurociência translacional(NEUROCIT) e do grupo de estudos em Neuroinflamação e Neurotoxicologia (GENIT). Atualmente, faz especialização de Microbiologia Clínica na Unichristus e participa do programa de Mestrado em Medicina Translacional da Universidade Federal do Ceará como bolsista FUNCAP . Atuando principalmente nos seguintes temas: autismo, fitoterápicos,plantas medicinais, antidepressivo, zebrafish, canabidiol e atividade biológica.

José Eduardo Ribeiro Honório Júnior, Centro Universitário Christus

Terminou o Doutorado em biotecnologia pelo RENORBIO-UFC, onde desenvolveu pesquisa com produtos naturais que tinham efeito no sistema nervoso central modulando o humor no Laboratório de neurofarmacologia da UFC. Terminou Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiologia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) no ano de 2007, onde trabalhou com toxinas de anfíbios e desenvolveu uma sonda imunológica para a localização dessa toxina em tecidos de camundongos por imunohistoquímica. E é formado em Ciências Biológicas pela mesma Instituição. Durante a Iniciação acadêmica desenvolveu trabalhos com aves, anfíbios e ofídios. Atualmente desenvolve pesquisas relacionadas com transtornos mentais (Depressão, ansiedade, esquizofrenia e autismo) em modelos animais (com Camundongos e Zebrafish) e bioprospecção de novas substâncias sintéticas e/ou naturais no Laboratório de Neurociência Translacional que coordena na Unichristus. Professor dos cursos de Enfermagem, Biomedicina, Nutrição e Fisioterapia da Unichristus. Nessa universidade, além da docência e pesquisa,faço parte do Núcleo Docente Estruturante (NDE) dos Curso de Enfermagem e Biomedicina. contato: eduribiologo@yahoo.com.br e jose.ribeiro@unichristus.edu.br

Downloads

Publicado

2020-09-21

Edição

Seção

Neurologia e Neurociências

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)