Dieta de sarapós da família sternopygidae em ambientes de praia no Rio Negro, Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.002.0041Palavras-chave:
Praias, Alimentação, Sarapó, DietaResumo
Os ambientes de praia na Amazônia Central ocorrem de forma aparente nas margens de rios, paranás e lagos, através da alternância do nível da água, que ocorre a partir do ciclo hidrológico, surgindo durante a fase estacional terrestre mais conhecida como os períodos de vazante e seca. Estes habitats proporcionam abrigo e fonte de alimentação para uma diversa e abundante ictiofauna, dentre as espécies de peixes que habitam os ambientes de praias destacam-se os peixes da ordem Gymnotiformes, os quais são conhecidos popularmente como sarapós ou peixes elétricos, sendo este último, devido a capacidade de gerar uma corrente de carga elétrica para eletrolocação e interações sociais, principalmente para a família Sternopygidae, utilizada na presente pesquisa. Estudos acerca dos hábitos alimentares e dieta dos Gymnotiformes são escassos e, essa falta de conhecimento tanto pela história de vida, comportamento e ecologia são os principais pontos para o não entendimento das pesquisas realizadas, sendo assim, este estudo é primordial para a melhor compreensão dos hábitos alimentares das espécies Eigenmannia macrops, Eigenmannia trilineata e Eigenmannia virescens coletadas em praias do rio Negro. Foram analisados ao total 180 estômagos, 60 de cada espécie e todos apresentaram algum item alimentar, estando os estômagos parcialmente cheios (0-25%) até mesmo distendidos (75-100%) como se destacou para os espécimes de E. macrops. O item alimentar mais frequente foi o de inseto, seguido por material indefinido (digerido) e por fim o item material vegetal. A partir do IAi (%) pode-se classificar as espécies E. macrops (>70%) e E. virescens (>70%) na guilda trófica como insetívoras e E. trilineata como onívora com tendência a insetivoria. O valor calculado para amplitude de nicho trófico apresentou nível intermediário para E. trilineata e E. virescens e baixa para E. macrops, portanto tendo a maior dissimilaridade quanto aos itens consumidos. Quanto ao fator de condição, a espécie E. macrops demonstrou que estava em boas condições de bem-estar mesmo em período de seca, já as espécies E. trilineata e E. virescens apresentaram valores abaixo de zero, o que não as impossibilitou de explorar os recursos alimentares.
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