Avaliação do risco ambiental de fármacos: proposta de metodologia aplicável aos municípios brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.006.0052Palavras-chave:
Fármacos, Hospitais, Avaliação de Risco AmbientalResumo
Os fármacos são micro poluentes orgânicos emergentes no ambiente aquático e os hospitais são fontes pontuais de emissão dessas substâncias. As avaliações de risco ambiental constituem uma ferramenta importante para hierarquizar e priorizar o monitoramento dos fármacos no ambiente, ao integrar sua emissão, comportamento químico e ecotoxicidade. O estudo analisou o disposto nas normas internacionais de avaliação do risco ambiental de fármacos e concluiu que são necessárias adequações a estas normas para que possam ser aplicadas no país. Foi proposta uma abordagem adequada ao caso brasileiro para unidades hospitalares individuais. A metodologia foi testada na avaliação do risco ambiental do uso de 20 fármacos antineoplásicos por um hospital público de alta complexidade num município com cerca de 500.000 habitantes com elevados índices de saneamento. O estudo foi conduzido durante 84 meses e estimou consumo, emissão e concentrações dos fármacos nas águas de superfície. Estas informações, associadas às propriedades físicas e químicas dos fármacos e estudos ecotoxicológicos, permitiram avaliar o seu risco ambiental potencial. Os resultados mostraram que as concentrações previstas dos fármacos na rede de esgoto municipal são baixas e, dos vinte fármacos avaliados, somente dois não apresentam possibilidade de degradação, podendo-se projetar dificuldades de detecção no monitoramento na água pós - ETE. Além disso, nenhum dos fármacos para os quais existem estudos ecotoxicológicos, apresentou risco potencial aos organismos aquáticos. O método do estudo adquire relevância no contexto brasileiro, baseando-se apenas em informações de consumo e outras disponíveis na literatura, sem a necessidade de execução de ensaios experimentais, podendo ser aplicado em outros municípios e países em desenvolvimento.
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