Dinâmica de uso e ocupação territorial em uma unidade de conservação na Amazônia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.005.0043Palabras clave:
Uso Tradicional, Mapeamento Participativo, Unidades de Conservação de Uso SustentávelResumen
O presente artigo apresenta os resultados do Diagnóstico Participativo realizado com o objetivo de identificar as áreas de uso tradicional e os limites entre duas comunidades ribeirinhas na Floresta Nacional do Tapajós, visando compreender a dinâmica de uso e ocupação, pelas comunidades tradicionais, em uma Unidade de Conservação de uso sustentável na Amazônia brasileira. As áreas de uso tradicional, denominadas de Uso Familiar foram registradas por mapeamento participativo e levantamentos de campo. Os problemas ambientais foram identificados durante as entrevistas. O estudo mostrou que a comunidade do Jaguarari ocupa área de 6.271,01 hectares (ha) e Acaratinga ocupa 3.549,87 ha. Foram mapeadas 16 áreas de uso tradicional em Acaratinga e 22 no Jaguarari, que somam 111,44 e 243,08 ha, respectivamente. As áreas de uso intensivo correspondem a menos de 4% do território das comunidades pesquisadas e, de acordo com os comunitários, atende às necessidades a subsistência das famílias. Os principais usos do território estão relacionados com a agricultura, extrativismo madeireiro e não madeireiro, caça, pesca, turismo e pesquisa científica. Os problemas ambientais apontados pelos comunitários foram a caça e pesca predatórias, as queimadas, o furto de madeira e o desmatamento nas áreas de preservação permanente. Dentre as medidas indicadas para minimizar os problemas estão a fiscalização e campanhas de educação ambiental. O estudo indicou, a partir do olhar dos comunitários, que ocorreu a redução de animais e produtos florestais nos últimos cinco anos (2012-2017) e os fatores que afetaram os animais e produtos florestais foram as queimadas, a caça predatória, o desmatamento e o aumento da população. Recomenda-se ao órgão gestor buscar alternativas para o manejo adequado das áreas de uso familiar e investigar o real impacto desses fatores na biodiversidade local.
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