Análise do potencial de emissão de microplásticos por lavanderias têxteis em Goiânia e impactos potenciais

Autores/as

  • Alecricia Barros Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Sandro Morais Pimenta Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Marlon André Capanema Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Ana Luiza Duarte de Abreu Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Francislainy Teles Almeida Valverde Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Guilherme Matheus Coelho de Lemos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.005.0024

Palabras clave:

Fibras têxteis, Plástico, Efluente, POPs

Resumen

Os microplásticos (MPs) são partículas plásticas com dimensões inferiores a 5 mm, com potencial significativo para adsorver e transportar Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) para o meio aquático, onde podem ser ingeridos por organismos, e, portanto, inseridos na cadeia alimentar. Inúmeras são as fontes de MPs, como por exemplo, as indústrias de pellets plásticos, a fragmentação dos macroplásticos e as fibras sintéticas advindas das lavagens de roupas. As lavanderias industriais apresentam alto potencial para emitir fibras plásticas no ambiente aquático por meio do efluente, pois durante o processo de lavagem dos artigos têxteis, ocorre o desprendimento de fibras sintéticas devido ao atrito exercido dentro da lavadora. Até o momento, não há trabalhos científicos que estimem a contribuição de fibras sintéticas liberadas por lavanderias têxteis industriais na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Goiânia. Baseado neste contexto, o intuito do presente trabalho foi de forma pioneira quantificar a concentração de fibras sintéticas, classificadas como microplásticos, emitidas por lavanderias industriais no sistema público de tratamento de esgoto da capital, assim como seus respectivos riscos à saúde humana e ao meio ambiente. A metodologia empregada baseou-se no levantamento e análise das informações contidas nos processos de licenciamento ambiental das lavanderias junto a Agencia Municipal do Meio Ambiente (AMMA) de Goiânia. Além disso, realizou-se uma pesquisa aprofundada em estudos publicados na literatura técnica e científica sobre a temática dos microplásticos, a quantidade de fibras recebidas e descartadas em ETEs e lavanderias e seus possíveis impactos. Apenas 37 lavanderias foram identificadas através da coleta de dados realizada na AMMA, dessas 14 tiveram seus processos físicos de licenciamento analisados e 11 informaram a vazão. Observou-se que de 26,4 a 52,9 bilhões de fibras podem estar contidas no efluente bruto total recebido diariamente pela ETE de Goiânia, das quais de 120 a 172 milhões são provenientes das 11 lavanderias analisadas, representando de 0,23% a 0,65% das fibras presentes no efluente bruto recebido pela ETE de Goiânia. Os microplásticos podem exercer efeitos adversos tanto no solo quanto na biota. Alguns estudos evidenciaram influência negativa dos MPs na taxa de crescimento, no sistema reprodutivo e no sistema gastrointestinal de alguns organismos. Os MPs foram encontrados até em fezes humanas. Por meio desse trabalho, foi possível apresentar uma estimativa do percentual de MPs contidos no efluente bruto e tratados e no lodo da ETE de Goiânia. Assim como no efluente de lavanderias industriais, apesar de provavelmente ter sido subestimado.

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Biografía del autor/a

Alecricia Barros Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Engenheira Ambiental e Sanitarista (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Goiânia)

Sandro Morais Pimenta, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Doutor em Geociências Aplicadas pela UnB (2016); Possui Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2008); Especialização em Gestão e Inovação Tecnológica na Construção pela Universidade Federal de Lavras (2006) e Graduação Tecnológica em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (2004). Atualmente é professor efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em Geoquímica e Qualidade da Água, Controle da Poluição, Avaliação de Impactos Ambientais, Tratamento de Efluentes e Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Marlon André Capanema, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Professor efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG (Goiânia, Goiás, Brasil) com atuação nos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e Técnico em Controle Ambiental. Pós-doutor em Engenharia Ambiental na área de resíduos sólidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil), janeiro de 2016. Doutor em Engenharia Civil na área de geotecnia ambiental pela Universidade de Sherbrooke (Sherbrooke, Quebéc, Canadá), grau obtido em setembro de 2013. Mestre em Engenharia Civil na área de geotecnia ambiental pela Universidade de Sherbrooke, grau obtido em agosto de 2010. Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil), grau obtido em março de 2008. Temas principais: saneamento, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, tratamento de resíduos sólidos, poluição atmosférica (gases de efeito estufa e odores), controle de emissões de aterros sanitários, biogás. Coordenador do curso de graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária (10/2018-atual) e Coordenador Técnico do Projeto de SanearCidades - IFG/Funasa (10/2017-atual). Conselheiro Consultivo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES, Seção Goiás (biênio 2020-2021), e membro da Câmara Temática de Resíduos Sólidos da ABES-DN e ABES-GO. Membro do Conselho Municipal de Saneamento Básico de Goiânia (12/2020-atual), pelo IFG. Membro suplente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (05/2021-atual), pela ABES-GO.

Ana Luiza Duarte de Abreu, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Pós-graduanda em Direito Ambiental pela Universidade Paulista (2021); Engenheira Ambiental e Sanitarista pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Goiânia. Possui experiência na área de tratamento de efluentes e gerenciamento de resíduos sólidos.

Francislainy Teles Almeida Valverde, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Acadêmica de Engenharia Ambiental e Sanitária

 

Guilherme Matheus Coelho de Lemos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Engenheiro Ambiental e Sanitarista pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Campus Goiânia; Pós-Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Centro Universitário Araguaia de Goiás - UniAraguaia; Pós-Graduando em Meio Ambiente e Saneamento Básico - Faculdade Educa+; Curso Técnico/Profissionalizante em andamento em Técnico em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas - l IFSULDEMINAS. Atualmente atua como Analista Administrativo na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás - SEMAD junto a Superintendência de Recursos Hídricos lotado na Gerência de Outorga (GEOUT). Possui experiência na elaboração de estudos ambientais (PCA, PGA, EIV/RIV, RGR, PGRS, PGA, MCE) e laudos técnicos, licenciamento ambiental e na área de controle e monitoramento com enfase na amostragem ambiental (preparo de material para coleta e análises ambientais).

Publicado

2021-03-28