A polinização por abelhas sob a perspectiva da Abordagem de Serviços Ecossistêmicos (ASE)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.004.0042

Palavras-chave:

Polinização por Abelhas, Abordagem de Serviços Ecossistêmicos, Revisão Sistemática

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo analisar os benefícios da polinização por abelhas sob o olhar da Abordagem de Serviços Ecossistêmicos (ASE). O artigo contou com uma revisão teórica tradicional relacionada à ASE e à Economia Ecológica e com uma revisão sistemática das publicações indexadas à plataforma Web of Science, que fizeram algum tipo de avaliação da polinização por abelhas, silvestres ou manejadas. Esta revisão ocorreu por meio de quatro etapas: busca dos artigos, triagem, extração das informações e síntese dos resultados. Durante a primeira etapa foram identificadas 182 publicações até setembro de 2020. Após etapas posteriores e leitura integral dos trabalhos, foram selecionados 45 que responderam ao problema de pesquisa aqui proposto. Os resultados desta revisão indicam um aumento expressivo de trabalhos publicados nas duas últimas décadas, sobretudo nos últimos dez anos (86,6%).  Dos benefícios identificados, 84,44% dos trabalhos associaram a polinização à produtividade rural agrícola, enquanto 8,88% avaliaram a importância deste serviço ecossistêmico para a reprodução de plantas silvestres e 6,66% à agricultura urbana. Sementes por fruto é a medida mais direta deste serviço ecossistêmico, estando diretamente ligada às métricas de tamanho e de qualidade dos frutos. Dos 45 trabalhos analisados, somente 07 trabalhos realizaram a valoração econômica e os métodos utilizados foram: Taxa de Dependência de Polinização (TDP), Custo de Reposição (CR), Análise de Rendimento Líquido (ARL) e Disposição a Pagar (DAP). Constatou-se, de forma geral, que a polinização por abelhas é amplamente reconhecida pela sua importância para algumas culturas agrícolas e para a formação de preços na agricultura. Não obstante, a ASE propõe uma análise integradora das perspectivas econômicas, ambientais e sociais que orienta a identificação de valores para além do mercado dos serviços ecossistêmicos. No caso da polinização, deve-se reconhecer também a sua contribuição para a reprodução de vegetação nativa, manutenção de paisagens e, consequentemente, para a preservação da biodiversidade.

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Biografia do Autor

Fernanda Rodrigues Vieira, Universidade Federal de Goiás

Professora da Área de Turismo e Hospitalidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG, Câmpus Goiânia. Doutoranda em Ciências Ambientais pelo CIAMB-UFG e Mestre em Agronegócio pela UFG. Graduada em Gestão Hoteleira pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás - CEFET-GO. Atua nos segmentos de Gestão da Qualidade, Desenvolvimento Sustentável e Valoração de Serviços Ecossistêmicos.

Daniel Caixeta Andrade, Universidade Federal de Uberlândia

Professor Associado do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (IERI-UFU). É economista pela Universidade Federal de São João del Rei (2004), concluiu o mestrado em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (2006) e o doutorado em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP (2010), com período sanduíche na University of Vermont (EUA). Em 2014 concluiu seu estágio pós-doutoral na Flinders University of South Australia, sendo bolsista da CAPES. Faz parte do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente (2020-2021) é presidente da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO). Suas pesquisas são focadas na área de Economia dos Recursos Naturais, com ênfase em Economia Ecológica. Especificamente, vem trabalhando nos seguintes temas: aspectos teóricos e metodológicos da Economia Ecológica; políticas ambientais e desenvolvimento; sociometabolismo econômico; indicadores alternativos ao PIB. 

Francis Lee Ribeiro, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1983), mestrado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (1998) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (2002). Atualmente é professora da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Teoria Econômica, Economia Ambiental e Economia Ecológica. 

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Publicado

2021-02-08

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente