Vivências comunitárias na contribuição de políticas de gestão de desastres naturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.002.0055

Palavras-chave:

Riscos naturais, Favela, Percepção, Políticas públicas

Resumo

Este trabalho aborda a perspectiva das comunidades residentes em áreas de risco de desastres, e destaca os valores preconizados e estabelecidos pela população como pilares para orientar políticas de gestão de riscos mais eficaz. São expressos os sentimentos, memórias, histórias, percepções e convivências estabelecidas entre atores sociais e as ameaças impostas pelas chuvas, pelo relevo e pela condição de vulnerabilidade social. Compreender as vivências comunitárias possibilita o contato com as suscetibilidades sociais e o reconhecimento da legitimidade das interações estabelecidas pelos atores sociais com o ambiente. Esses achados podem indicar elementos para minimização dos conflitos e contribuir para uma política de justiça territorial. Como ferramenta de coleta de dados, foi aplicado um questionário à 136 indivíduos residentes nas áreas de movimentos de massa, e 12 entrevistas em profundidade com moradores de áreas de deslizamento e inundação, em um município no sul do Brasil, seguida de análise de conteúdo e estatística. O sentimento de pertencimento ao local, as adaptações e estratégias de mitigação, a importância da rede comunitária, além da crença do Divino e descrença nas estruturas institucionais que atuam no campo dos desastres, reflete parte dos resultados desta pesquisa. A vulnerabilidade social é presente e o distanciamento das comunidades com as estratégias adotadas pelos entes públicos chamam a atenção, demonstrando as falhas das políticas de gestão das áreas que apresentam risco. As medidas de proteção, realocação, controle do uso e ocupação das áreas de riscos naturais poderão atenuar as consequências sobre a vida das famílias se o poder público considerar suas histórias, valores e vivências das comunidades.

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Biografia do Autor

Danielle Paula Martins, Universidade Feevale

Doutora em Qualidade Ambiental (Universidade Feevale), Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS ), na área de Análise Ambiental e Territorial. Graduada no Curso Superior de Tecnologia em Meio Ambiente na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul ( UERGS). Professora na Universidade FEEVALE, nos cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial, Ciências Biológicas e Engenharias. Educadora Ambiental do Núcleo de Estudos em Educação Ambiental, Centro de Ecologia/UFRGS. Lidera o Laboratório de Vulnerabilidades, Riscos e Sociedade da Universidade Feevale. Experiência em trabalhos e projetos de educação ambiental, sistema de gestão ambiental (ISO 14001) ,gestão ambiental, análise de processos e impactos ambientais no espaço urbano e geografia urbana, riscos e desastres. 

João Alcione Sganderla Figueiredo, Universidade Feevale

Possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Imaculada Conceição (1999), Mestrado em Ciências Sociais (PUC -RS) e Doutorado em Sociologia - Universidad Complutense de Madrid (2008). Atualmente é Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão e professor pesquisador da Universidade Feevale no Programa de Doutorado e Mestrado em Qualidade Ambiental e Mestrado em Administração. Tem experiência na área de Filosofia e Sociologia, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Meio Ambiente, Risco, Vulnerabilidade Social e Ambiental, Industrialização, Exposição Ocupacional.

Teresinha Guerra, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduação em Geologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1980), Mestrado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987) e Doutorado em Geoquímica Ambiental pela Universidade Federal Fluminense (2000). Professora titular do Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Ecologia e Geoquímica Ambiental, atuando na:Gestão de Recursos Hídricos, Hidrogeoquímica e Educação Ambiental. Coordenadora do Núcleo de Estudos em Educação Ambiental desde 2004. Chefe do Departamento de Ecologia nos períodos de 1999-2001, 2001-2003, 2012-2014. Diretora do Centro de Ecologia no período de 2005-2006. Presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba-RS nos períodos de 2008-2010 e 2010-2013. 

Daniela Müller de Quevedo, Universidade Feevale

Doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS e Mestre em Matemática na Área de Probabilidade e Estatística pela UFRGS. É professora adjunta da Universidade Feevale atuando na graduação e pós-graduação, com orientações de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental. Desenvolve pesquisas na área de monitoramento direcionado a análise da qualidade da água da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos identificando modelos e indicadores de gestão da bacia. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística Aplicadas, atuando principalmente nos seguintes temas: Séries Temporais, Teoria de Valores Extremos e Sistemas de Informações Georeferenciadas (SIG). Orienta dissertações de mestrado e teses de doutorado que realizam análise quantitativa, multivariada e temporal para diagnóstico, avaliação de risco e planejamento ambiental em bacias hidrográficas. Atua no Núcleo de Pesquisa e Estatística (NUPE) da Universidade Feevale desde 2002, que tem como foco pesquisas internas da Feevale (Avaliação Institucional), pesquisas para o público externo (pesquisas de mercado, satisfação, clima, entre outros) e análise estatística para alunos e professores da Universidade Feevale. Consultora CAPES na avaliação de Programas Acadêmicos e Profissionais na área de Ciências Ambientais.

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Publicado

2021-01-14

Edição

Seção

Planejamento, Gestão e Políticas Públicas Ambientais