Greve dos caminhoneiros e concentração de poluentes na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.002.0034

Palavras-chave:

Óleo diesel, Poluição atmosférica, Transporte de cargas, Greve dos caminhoneiros, Estações de Monitoramento

Resumo

O principal objetivo desse trabalho foi avaliar as concentrações de poluentes em duas estações de monitoramento contínuo de poluentes localizadas na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro, Brasil, durante o período de greve dos caminhoneiros, entre os dias 21 e 30 de maio de 2018. As duas estações - Jardim Primavera e Jardim Guandu - podem ser consideradas rotas de entrada/saída do município do Rio de Janeiro. Foram analisadas as concentrações dos seguintes poluentes: dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio, material particulado (PM10) e dióxido de nitrogênio. Os dados abrangeram o período de 7 de maio a 13 de junho de 2018, sendo divididos em dois diferentes grupos: período de greve e período fora da greve. Uma das ferramentas utilizadas para análise foi o diagrama de caixa, apresentando, para o período analisado, a concentração diária de cada poluente e seu respectivo comportamento. Para comparar o comportamento dos poluentes durante a greve dos caminhoneiros e suas proximidades, efetuou-se um teste de homogeneidade entre os dois grupos, sendo aplicado o teste de variâncias iguais. Para as situações que indicaram a hipótese de não homogeneidade entre os dois grupos foi acrescentado o teste t student, visando avaliar se havia diferença significativa entre as médias dos diferentes períodos. Comparando-se o período de greve e o período não greve, o dióxido de enxofre foi o único poluente que não apresentou diferença de comportamento em ambas as estações. O monóxido de carbono apresentou diminuição de concentração média nas duas estações durante o período da greve, o que pode ser resultado do efeito da paralisação dos veículos automotores nesse período. O dióxido de nitrogênio também apresentou menor concentração durante o período de greve em ambas as estações, tendo o ozônio apresentado comportamento inverso, efeito da relação entre os Compostos Orgânicos Voláteis e os Óxidos de Nitrogênio. O material particulado apresentou redução das concentrações em Jardim Primavera durante a greve, mas com elevação em Jardim Guandu no mesmo período. Hipótese para essa elevação seria o uso das vias próximas a Jardim Guandu como alternativa de rota de fuga dos caminhoneiros. Acredita-se que o presente trabalho possa contribuir para a identificação dos impactos, em termos de poluição atmosférica, causados pela opção preferencial dada aos caminhões para o transporte das cargas no Brasil.

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Biografia do Autor

Maxime Charles-Pierre, Universidade Veiga de Almeida

Possui graduação em Gestão Ambiental pela Universidade Estácio de Sá (2018), graduação em Teologia pela Faculdade Dehoniana (2011), graduação em Teologia - Ecole théologique Saint Cyprien de Ngoya (2002) e graduação em Filosofia - Institut Philosophique de Cazeau (1995). Atualmente é missionnário - Congregação do Imaculado Coração de Maria. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia

Cleyton Martins da Silva, Universidade Veiga de Almeida

Pós-doutorado na área de Química Atmosférica, pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia/ Instituto de Química - Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017). Doutor em Química (área de concentração Química Ambiental), pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2016), possui ainda, os títulos de Mestrado em Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2012), Graduação em Bacharel em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010) e Graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Atua como Pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Professor Docente da Universidade Veiga de Almeida e Pesquisador e Vice-coordenador do Grupo de Pesquisa de Cinética Aplicada à Química Atmosférica e Poluição (UFRJ), sendo as suas principais linhas de pesquisa: Estudo e Monitoramento de Emissões de Gases de Efeito Estufa; Monitoramento e Especiação de precursores do Ozônio Troposférico; Determinação e Caracterização de Compostos Orgânicos Voláteis de origem biogênica e antropogênica.

Wagner de Souza Pereira, Universidade Veiga de Almeida

Doutor, mestre e especialista em biologia marinha (UFF), biólogo (UFRRJ). Atualmente é biólogo nas Indústrias Nucleares do Brasil e supervisor de radioproteção do Laboratório de Análises Ambientais e simulação Computacional (LAASC/COPPE/UFRJ). Professor do mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida de 2014 ? 2019, sendo coordenador do curso de 2014 ? 2018. Atua na área de ecologia, avaliação de impacto ambiental e radioproteção.

Anderson Amendoeira Namen, Universidade Veiga de Almeida

Possui graduação em Engenharia de Computacao pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990), mestrado em Modelagem Computacional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Instituto Politécnico e Professor da Universidade Veiga de Almeida.

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Publicado

2021-01-20