Sociobiodiversidade de produtos florestais não madeireiros em feiras livres no território do Rio Machado, Rondônia

Resumo

A Floresta Amazônica é representada não apenas pela diversidade biológica, mas também pela variedade cultural, apropriação, exploração e manejo dos recursos naturais. No entanto, a floresta amazônica vem sofrendo grande destruição, sem considerar os diversos usos possíveis da floresta. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo avaliar os aspectos socioeconômicos e a diversidade de produtos florestais não madeireiros (PFNMs) comercializados em feiras livres situadas no Território do Rio Machado, Rondônia/Brasil. A pesquisa foi realizada em quatro municípios: Cacoal, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno e Primavera de Rondônia. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista por meio de formulário semiestruturado, no qual foram cobradas questões socioeconômicas, PFNMs negociados em feiras e espécies fornecedoras. Foram gerados o Índice de Shanonn (H '), a Similaridade de Sorensen (S) e o Valor de Importância (VI) para as espécies. 41 negociantes de feiras foram entrevistados. A mão de obra é predominantemente familiar (92,68%) e a renda média mensal com a comercialização dos PFNMs foi de R $ 251,70 (reais), sendo que o principal PFNM comercializado foi a Castanha-do-pará (Castanha-do-pará - Bertholletia excelsa). Foram citadas onze espécies florestais, o que indicou baixa diversidade de espécies (H ’: 1,92), e foi verificada uma alta similaridade dos PFNMs comercializados entre os municípios (S: 0,69). As espécies castanha do Brasil (Bertholletia excelsa), palmeira de açaí (Açaí - Euterpe oleracea) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum) apresentaram maior indicador (VI), demonstrando que a comercialização de PFNMs ainda está concentrada em poucas espécies.