Eficiência emergética de sistemas de uso da terra na região semiárida brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.006.0046

Palavras-chave:

Sistemas Agroflorestal, Emergia, Índices de sustentabilidade, Caatinga, Produção Integrada

Resumo

A análise emergética é utilizada para avaliar sistemas de manejo agrícola a fim de diagnosticar sua eficiência no uso dos recursos econômicos e naturais. Neste sentido, a análise emergética foi utilizada com o objetivo de avaliar um modelo de produção agroflorestal, comparativamente ao modelo de produção tradicional utilizado na região semiárida nordestina. O modelo agroflorestal é composto de três subsistemas: agrossilvopastoril (ASP), silvopastoril (SP) e caatinga conservda (CAT). No modelo tradicional avaliou-se três subsistemas: área em cultivo (AG); área em pousio a seis anos (P6) e área em pousio a nove anos (P9). Em cada modelo e seus respectivos subsistemas, foram identificados todos os fluxos de entrada e saída de energia. Posteriormente estes fluxos foram quantificados e transformados em emergia utilizando seus respectivos valores de transformidade. O desempenho emergético dos sistemas e subsistemas foi avaliado por meio dos índices: transformidade (Tr), razão de investimento emergético (EIR), razão de rendimento emergético (EYR), índice de Renovabilidade emergética (%R), taxa de carga ambiental (ELR) e índice de sustentabilidade emergética. Observou-se que o modelo agroflorestal utiliza menor quantidade (-13%) de recursos naturais do que o modelo tradicional. No entanto, o modelo agroflorestal utiliza 64% a mais dos recursos da economia utilizado em AG. Mais de 55% da emergia demandada nos subsistemas ASP e AG é proveniente de serviços. Os subsistemas que demandam maior quantidade de emergia e obtiveram menor eficiência foram o SP, do modelo agroflorestal, e o AG, do modelo tradicional. Os valores de Tr foram menores em CAT (2,6E+03) e maiores em AG (2,4E+05). O ELR foram baixos em todas as áreas, variando de 0,00 em P6 e P9 à 0,58 em SP. Os valores de R(%) variaram de 60,76 em AG á 99,98 em P6. O sistema agroflorestal teve melhor desempenho emergético devido sua menor Tr, menor ELR e maior renovabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Ivanilda de Aguiar, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (2006), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, pela Universidade Federal de Viçosa (2008) e Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais, pela Universidade Federal do Ceará (2012). Foi professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piaui (Campus Corrente), de 2010 a 2014. Atualmente é professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Tem experiência nas áreas de Agronomia, Ecologia e Recursos Naturais, com ênfase em Manejo e Conservação do Solo e Ecologia de Agroecossistemas, atuando principalmente nos seguintes temas: semiárido, agroecologia e sistemas agroflorestais. Contato: email: ivanilda@unilab.edu.br/ivanildaaguiar@yahoo.com.br

Mônica Matoso Campanha, Embrapa Milho e Sorgo

Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Viçosa- UFV (1993), mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela UFV (1997) e doutorado em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela UFV (2001). Atualmente é Pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, nas áreas de sistemas de produção sustentáveis e serviços ambientais.

Teógenes Senna de Oliveira, Universidade Federal de Viçosa

Teogenes Senna de Oliveira possui graduação em Agronomia (1985), mestrado (1991) e doutorado (1996) em Fitotecnia (Produção Vegetal), todos pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa, tendo atuado, por vários anos, na Universidade Federal do Ceará, onde ainda atua Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais. Também é Pesquisador 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológica. Atua acadêmica e cientificamente na Ciência do Solo, dedicando-se especialmente ao estudo do manejo e conservação do solo e da água e agroecologia, com ênfase no manejo da matéria orgânica do solo e resíduos e o seu papel no condicionamento do solo e na qualidade ambiental. Também procura avaliar as consequências do uso intensivo do solo, aliado ao desenho e avaliação de sistemas agrícolas mais equilibrados ambientalmente, possíveis pelo entendimento e aplicação de conceitos para a intensificação de processos e relações ecológicas. A vivência no ambiente restritivo do semiárido brasileiro propiciou a geração de informações e a formação de pessoas, o que permitiu lidar com sistemas de cultivo tanto de alto quanto de baixo uso de insumos externos: sistemas irrigados, de cultivo múltiplo (sistemas agroflorestais), orgânicos e de cultivo mínimo, todos na perspectiva de busca da intensificação de processos e relações ecológicas. Temas de atuação: manejo de solos, ecologia aplicada a sistemas agrícolas (agroecologia), sistemas agroflorestais, agricultura orgânica, agricultura familiar, agricultura intensiva, agricultura irrigada, cultivo mínimo, erosão, degradação do solo.

Downloads

Publicado

2020-07-06

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)