Potencial erosivo e anomalias pluviais como estratégia conservacionista das terras cultivadas em Belterra no Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2019.001.0017

Palavras-chave:

Erosividade, Chuva, Cobertura do Solo, Uso Antrópico

Resumo

O objetivo neste trabalho foi estimar a erosividade e as anomalias pluviais em Belterra que é um importante município que integra o polo de grãos do oeste do Pará. Os dados de precipitação pluvial foram obtidos da Base de Dados (BDMEP) do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), correspondentes ao período de 1972 a 2017. Estimou-se a erosividade das chuvas considerando-se a precipitação pluvial mensal e anual (mm) para calcular o coeficiente (Rc), considerando-se a precipitação mensal elevada ao quadrado e dividida pelo total de chuva que cai em Belterra. Também foram contabilizados os anos com anomalias pluviais (IAC) para identificar condições extremas tanto por excesso quanto por redução no volume de água precipitada anualmente e analisado os níveis de erosividade que vão de muito baixa a alta erosividade. Os resultados evidenciaram que o ano mais pluvioso foi 1985 com total de 3.057,0 mm e as menores cotas ocorreram em 1992, contabilizando-se 974,2 mm. No período analisado, estimou-se que a erosividade média anual é de 13.000 MJ mm ha-1 h-1 ano-1, indicando alto potencial erosivo em Belterra. Nota-se que nos meses com maior oferta pluvial (janeiro a maio) há elevado potencial erosivo com intensificação em anos de La Niña (anomalias positivas). Em Belterra foram detectados predominância de mecanismos climáticos típicos de El Niño, os quais apresentam anomalias negativas, decorrente da redução das chuvas na região, sendo que o ano mais rigoroso foi o de 1992. O índice de erosividade das chuvas no município de Belterra é elevado entre janeiro e maio, sendo esse o período de intensificação quando ao uso do uso no polo de grãos do oeste do Pará. Em anos com anomalias climáticas como em La Niña forte em que se intensificam as chuvas anuais, ampliam-se as chances de erosão hídrica, principalmente em áreas com solos sem cobertura vegetal. O aumento da área destinada ao cultivo de grãos entre 2014 a 2016 reflete a preocupação quanto aos impactos ambientais, sendo recomendado o uso de práticas conservacionistas como o sistema plantio direto na palha que aponta indicadores de qualidade do solo em outras regiões do Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Samária Letícia Carvalho Silva Rocha, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal do Oeste do Pará (2018) e graduação Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia das Águas pela Universidade Federal do Oeste do Pará (2016). Tem experiência na área de educação ambiental, erosão hídrica e resíduos sólidos. Foi voluntária e bolsista do Programa de Educação Tutorial PET Conexões de Saberes de Estudos Interdisciplinares: Comunidades do Campo-UFOPA, no período de outubro de 2014 a maio de 2018. Foi colaboradora voluntária no âmbito do Projeto Base de Dados Agrometeorológicos - Embrapa Amazônia Oriental.

Lucieta Guerreiro Martorano, Embrapa Amazônia Oriental

Graduação em Meteorologia (UFPA1982) e Agronomia (UFRA-antiga FCAP/1987). Mestrado em Agrometeorologia (ESALQ/USP/1998) e doutorado em Fitotecnia/Agrometeorologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2007). Foi pesquisadora da Embrapa Solos/RJ entre fevereiro de 1990 a dezembro de 2008, atuando em dois mandatos como Membro do Comitê Técnico Interno (CTI), bem como em projetos de pesquisa (em âmbito nacional e internacional). Colaborou na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) entre 2007 a 2008, inclusive como coorientadora no mestrado em Geomática. Em 2009 foi transferida para Belém para trabalhar como pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, onde permaneceu até junho de 2016. A partir de julho de 2016 passou a compor a equipe do NAPT Médio Amazona/EMBRAPA, em Santarém, Pará. Entre os compromissos assumidos na Amazônia vale destacar a liderança de projetos como o PECUS/PC7; ROBIN/BR e outros projetos em Rede sendo responsável por Planos de Ação e atividades de pesquisa, tanto em nível nacional quanto internacional. Foi professora permanente no Curso de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará PPGCA-UEPA. Recentemente passou a compor o quadro de professora permanente do Curso de Doutorado da Rede BIONORTE. Tem colaborado como co-orientadora em programas de pós-graduação na ESALQ/USP, UFAM/Manaus e UNESP/Jaboticabal. Colabora como revisora em periódicos indexados em nível nacional e internacional. É consultora "ad hoc" em projetos de pesquisa e em bancas de concursos públicos. Tem participado em bancas de mestrado,doutorado, trabalhos de conclusão de curso e salão de iniciação científica. Orienta alunos em Pós-doutorado CAPES/CNPq/Ciências sem Fronteira e bolsistas PIBIC/CNPq/Embrapa.

José Reinaldo Pacheco Peleja, Universidade Federal do Oeste do Pará

Graduado em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (1999), mestrado (2002) e doutorado (2007) em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. É professor Adjunto da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. Atua na área de Ecossistemas aquáticos, com ênfase em Limnologia Aplicada, Qualidade da água, Ecotoxicologia, Biogeoquímica Aquática e Pesca Interior.

José Reinaldo da Silva Cabral de Moraes, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul

Professor Substituto do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMS) - Campus Naviraí. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal), da Universidade Estadual Paulista " Julio de Mesquita Filho" (UNESP) - Jaboticabal, atuando na linha de pesquisa de agrometeorologia, modelagem e manejo e conservação do solo e da água, para estudo da interação solo-planta-atmosfera de palmeiras agrícolas (Palma de óleo, Coco e Açaí). Mestre em Agronomia (Produção Vegetal) na área de Agrometeorologia e Modelagem UNESP Jaboticabal (2017). Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA2015). Atuou em projetos de pesquisas no departamento de agrometeorologia da EMBRAPA Amazônia Oriental, relacionados a estudos agrometeorológicos no cultivo de palma de óleo e feijão caupi na amazônia.

Iracenir Andrade dos Santos, Universidade Federal do Oeste do Pará

Bachelor?s degree in Agronomic Engineering at the Federal Rural University of Amazon (2003), master?s degree in Entomology at the Federal University of Viçosa, with a focus on theoretical ecology and PhD at the Federal University of Viçosa with a focus on applied ecology. Dr. Dos Santos was Visiting Scholar at the University of Michigan (CNPq). Postdoctoral at the Federal University of Alfenas CAPES/PNPD. Currently Dr. Dos Santos is Professor/Researcher et the Federal University of Western Pará and coordinator of the PET/Program. Experience about impacts of agriculture matrices on ant communities, amazon tropical biodiversity, agroforestry systems (SAFS) and sustainable systems of production.

Downloads

Publicado

2019-06-20

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)