Conhecimento e utilização de plantas mágico-religiosas por rezadeiras do semiárido da Paraíba, Nordeste do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.008.0021

Palavras-chave:

Etnobotânica, Plantas simbólicas, Cultura das rezas

Resumo

As plantas mágico-religiosas são instrumentos sagrados nos rituais de reza. O objetivo da pesquisa foi registrar o conhecimento e uso local de plantas mágico-religiosas utilizadas por rezadeiras, discutindo a importância desse conhecimento. A pesquisa entrevistou todas as rezadeiras do município de Amparom (PB), Nordeste do Brasil. Para a coleta dos dados, utilizou-se da observação direta, entrevista semiestruturada e coleta de material botânico. Foram registradas 23 espécies distribuídas em 23 gêneros e 15 famílias. As famílias Fabaceae (5 spp.) e Lamiaceae (4 spp.) foram as mais citadas. As espécies mais abordadas pelas rezadeiras foram o pinhão roxo (Jatropha gossypiifolia L.), a arruda (Ruta graveolens L.) e o muçambê (Cleome spinosa (Jacq.) Raf.). As enfermidades tratadas através das rezas com uso das plantas variam de ‘mal olhado’ à ‘derrame’. Essa cultura ainda resiste no município, apesar de a nova geração não demonstrar interesse no ofício. Houve alteração das espécies mágico-religiosas utilizadas ao longo do tempo devido talvez às possíveis alterações na vegetação da caatinga, como a inserção das espécies invasoras. É importante promover políticas públicas para incentivar a cultura das rezadeiras, e assim, fomentar a aproximação, respeito e conservação das plantas mágico-religiosas.

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Biografia do Autor

Amanda Lucena Coutinho, Universidade Federal da Paraíba

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA/UFPB Especialista em Etnobiologia - UEPB Graduada em Ciências Biológicas - UEPB (2013). Técnico em Recursos Naturais pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB. Técnica de Laboratório da UEPB - Campus V - Laboratório de Botânica (Graduação e Pesquisa).

Reinaldo Farias Paiva de Lucena, Universidade Federal da Paraíba

Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (2002), Mestre (2005) e Doutor (2009) em Botânica pelo Laboratório de Etnobotânica Aplicada do Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). É professor efetivo no cargo de Associado I na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I, Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE), Laboratório de Etnobiologia e Ciências Ambientais (LECA). Professor e Orientador de Mestrado/Doutorado em Rede em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da UFPB no Campus I (João Pessoa). Colaborou como Pesquisador Associado do Missouri Botanical Garden, St. Louis nos Estados Unidos, e como Consultor da Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - na Área de Ciências Ambientais. Tem experiência na área de Botânica e Ecologia, com ênfase em Etnobotânica, atuando principalmente nos seguintes temas: etnobiologia, etnobotânica, etnozoologia, caatinga, populações tradicionais e conservação da biodiversidade.

Kallyne Machado Bonifácio, Universidade Federal da Paraíba

Possui Graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (2003), Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2008) e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2015). Atualmente, realiza Pós-Doutoramento (PNPD-CAPES) no Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sendo membro Docente Colaborador desse Programa, nível Mestrado. Tem experiência em estudos que visam contribuir para a gestão de Áreas Protegidas no contexto das inter-relações entre pessoas e animais. Atua nos seguintes temas: Etnozoologia; Etnobiologia ecológica; Conhecimento ecológico local; Conservação de fauna silvestre. No Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e no Ensino de Ciências Biológicas, se interessa pela abordagem das Novas Tecnologias no Ensino.

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Publicado

2019-05-14