Agrotóxicos em águas superficiais e subterrâneas em uma região produtora de cana-de-açúcar
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.012.0014Palavras-chave:
Contaminação ambiental, Agrotóxicos, Água superficial, Água subterrânea, Água para consumo humanoResumo
A cana-de-açúcar é uma das grandes consumidoras de agrotóxicos no Brasil, e o avanço do agronegócio tem intensificado o consumo desses agentes. Esses biocidas podem causar danos ao ambiente, com efeitos ecotoxicológicos de curto, médio e longo prazo, e representam um risco para a saúde humana. Determinar a contaminação de águas superficiais e subterrâneas utilizadas para consumo humano em regiões produtoras de cana-de-açúcar na Zona da Mata Pernambucana. Trata-se de um estudo transversal analítico desenvolvido nos municípios de Goiana, Aliança Itambé, Sirinhaém e Água Preta, considerados os maiores produtores de cana-de-açúcar do estado de Pernambuco, no nordeste do Brasil. As amostras foram coletadas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 e analisadas mediante imunodiagnóstico e análise multiresidual, por cromatografia a gás com detecção por espectrometria de massas. Foram investigados 93 agrotóxicos. Foram coletadas 86 amostras em 43 pontos de água bruta e de água clorada de abastecimento regular, próximo a áreas canavicultoras com concentração populacional. Foram detectados 14 agrotóxicos, sendo os mais frequentes glifosato (46,51% dos pontos), ametrina (16,58%) e atrazina (13,95%). Atrazina e glifosato foram detectados em todos os municípios. Os agrotóxicos foram identificados em 67,44% dos pontos, e em 48,27% das amostras foi detectado ao menos um agente. Nenhum parâmetro ultrapassou o valor máximo permitido (VMP) definido na normativa brasileira, contudo, azoxistrobina, cifenotrina, cipermetrina e etofenprox não estão previstos na legislação, não tendo um VMP estabelecido nacionalmente. Agrotóxicos foram identificados na água de poço de escolas rurais, em poços de fontes de água mineral, em poços comunitários em áreas rurais e nos principais rios e barragens dos municípios. Observou-se contaminação ambiental por agrotóxicos, podendo comprometer a biota e afetar a saúde das populações expostas. Embora o VMP não tenha sido ultrapassado, podem ocorrer danos não dose-relacionados e efeitos aditivos e sinérgicos.
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