Respostas comportamentais de peixes expostos à hipoxantina-3-n-óxido e perspectivas de aplicabilidade no setor hidrelétrico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.010.0019

Palavras-chave:

Células epidérmicas, Proteção da ictiofauna, Resposta repulsiva, Substâncias de alarme

Resumo

A recepção olfativa de sinais químicos em habitats aquáticos pode aumentar a sobrevivência dos peixes, permitindo que os indivíduos evitem situações de riscos. As substâncias de alarme, extraídas após danos às células epidérmicas de peixes, é um dos sinais mais eficientes no grupo Ostariophysi (72% das espécies de água doce). A hipoxantina-3-N-óxido (H3NO) é indicada como um dos possíveis componentes ativos das substâncias de alarme que causam alterações comportamentais. A possibilidade de confinamento da ictiofauna no tubo de sucção em usinas hidrelétricas, durante manutenções preventivas das unidades geradoras, demanda estratégias eficazes para proteção da ictiofauna. Nesta perspectiva, foi analisada a potencialidade da hipoxantina-3-N-óxido como método de dissuasão da ictiofauna. Ensaios em aquários (100 L) instrumentalizados com sistemas de introdução de amostra e de aquisição de imagens remotamente foram desenvolvidos com diferentes concentrações de hipoxantina-3-N-óxido (1,5 a 6,0 µg L-1) e espécies (n=30) de Matrinxã (Brycon cephalus) e Tambaqui (Colossoma macropomum). Os resultados indicaram nas concentrações de H3NO de 3,0 e 6,0 µg L-1 alterações comportamentais incomuns como letargia, forrageio para o fundo dos aquários e ataques entre os peixes, inferindo potencialidade da hipoxantina-3-N-óxido na indução de sinais de alarme como candidata para desenvolvimento de métodos de proteção da ictiofauna aplicados ao setor hidrelétrico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wllyane Silva Figueiredo, Universidade de Brasília

Bacharela em Gestão Ambiental e mestra em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Brasília. Atua desde 2009 na avaliação de riscos ligados à exposição humana ao mercúrio e a outros elementos traço, e no monitoramento limnológico e da qualidade da água no setor hidrelétrico. 

Tania Machado da Silva, Universidade de Brasília

Bacharel em Gestão Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural e Doutora em Ciências Ambientais pela Universidade de Brasília. Possui experiência em projetos desenvolvidos na região Amazônica brasileira sobre a qualidade da água, saúde humana e metalômica aplicada ao desenvolvimento de biomarcadores de toxicidade do mercúrio aplicados ao setor hidrelétrico. Atua nas áreas de geoprocessamento; monitoramento ambiental; limnologia e química aquática de sistemas lênticos e lóticos; química do mercúrio em reservatórios, impactos, emissões na interface água-atmosfera, dinâmica de metilação e possíveis riscos da exposição humana; e, sistema multifrequencial de aquisição de imagens subaquáticas.

Edilene Cristina Pereira Sargentini, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Graduada em Farmácia e Bioquímica pelo Centro Universitário Nilton Lins (2006). Com experiência na área de Fitoquímica de Produtos Naturais (laboratório de fitoquímica ? INPA) de 2003 ao início de 2008 desenvolvendo pesquisas nos seguintes temas: antioxidante, produção de extratos, fracionamento fitoquímico de plantas amazônicas. Após esta data, na área de Química Analítica (Laboratório de Química Analítica Ambiental -INPA) como integrante de projeto de pesquisa na área de tratamento de água. Possuo experiência na área farmácia, atuando como farmacêutica diretora em drogaria desde 2008 até a data atual. Atualmente Mestre em Biotecnologia de Produtos Naturais, pela Universidade do Estado do Amazônas - UEA, com a dissertação intitulada: Tratamento alternativo de água, usando extrato de sementes de Moringa oleifera Lam, como clarificante natural de água do rio Negro, Amazonas.

Marcos Alexandre Bolson, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal de Rondônia (2002) e mestrado em Ciências (com ênfase em química na agricultura e no ambiente) pela Universidade de São Paulo (2006). Tem experiência na área de Matemática e Ecologia com ênfase em Química na Agricultura e no Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: ciclo do carbono, íons maiores, desmatamento e impactos ambientais. Pertencente ao quadro funcional do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA (desde 2009) como técnico do Laboratório de Química Analítica Ambiental da Coordenação de Dinâmica Ambienta - CODAM, atuando como especialista em cromatografia de íons, determinação elementar por espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) e espectrometria de absorção atômica (FAAS e ETAAS) no estudo da interação / complexação de metais pesados com substâncias húmicas de rios da Amazônia. Atualmente trabalha como bolsista em uma rede de monitoramento de uma bacia hidrográfica urbana da Amazônia (Projeto IETÉ) na determinação elementar de metais por ICP-OES e auxiliando nos trabalhos de cromatografia de íons.

Ézio Sargentini Júnior, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Possui graduação em Bacharel Em Química pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1984), mestrado em Química (Físico-Química) pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Química pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999). Atualmente é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Análise de Traços e Química Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: substâncias húmicas aquáticas; Análise de metais em diverrsas matrizes; Dinâmica do mercúrio em rios, lagos e reservatórios artificiais do setor hidrelétrico na Amazônia e Aplicação de sistemas hidroacústico e processamento de imagens multifrequências em rios da bacia Amazônica. 

Downloads

Publicado

2023-01-08

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente