Diversidade taxonômica e funcional da ictiofauna confinada durante parada de unidade geradora em hidrelétrica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.008.0019

Palavras-chave:

Atributos das espécies, Estratégia de vida, Proteção da ictiofauna

Resumo

Mudanças no fluxo hidrológico e nas variáveis de qualidade da água podem mudar a dinâmica natural de toda a biota aquática, especialmente a composição das assembleias de peixes. As espécies podem responder de diferentes formas, conforme a sua adaptação, potencial de estabelecimento local e sua história de vida. As variações de respostas são distintas em diferentes escalas. Porém, muitas ainda são as lacunas do conhecimento sobre os efeitos biológicos após a implementação de usinas hidrelétricas. Com o envelhecimento dos reservatórios, é possível perceber de forma mais clara os possíveis efeitos sobre as comunidades aquáticas, desde sobre posição de espécies de atribuições funcionais mais generalistas e sedentárias até extinções locais de espécies de hábitos mais especializados. Neste sentido, foram analisados os dados secundários do Programa de Resgate e Salvamento da Ictiofauna (PRSI) de sete anos (novembro/2013 a janeiro/2021), no tubo de sucção das 50 unidades geradoras e nas gavetas da comporta vagão da UHE Jirau, sobre a ótica do processo da assembleia de peixes em reorganizar as composições taxonômica e funcional. Embora recentes, não foi observado que a descontinuidade do rio Madeira pela instalação da UHE Jirau provocou mudanças sobre a diversidade taxonômica e funcional da ictiofauna em aproximação de suas estruturas. A avaliação entre as margens, direita e esquerda, não demonstrou variações nas composições das comunidades. A incorporação dos atributos funcionais dos peixes nas avaliações das áreas de interface dos empreendimentos hidroelétricos e a jusante do reservatório possibilita melhor compreensão e descrição das comunidades desses organismos, os quais são parte da dinâmica geral do ecossistema e desempenham funções essenciais na cadeia alimentar, ciclagem de nutrientes, transferência de energia e estrutura genética.

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Biografia do Autor

Murilo Luiz e Castro Santana, Universidade de Brasília

Possui graduação em Ciências Biológicas - Licenciatura e Bacharelado e em Medicina Veterinária com ênfase em Animais (Pet e não-convencionais). Especialista em Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental (Leishmanioses) e em Docência Universitária. Mestre e doutorando em Ciências Ambientais (comportamento animal e impactos ambientais). Atualmente é Pesquisador Ambiental em projetos de monitoramento da fauna brasileira. Tem experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Impactos Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: educação ambiental, Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, impactos e aspectos ambientais, legislação e licenciamento ambiental, plantas medicinais, manejo de flora e fauna, desenvolvimento sustentável em práticas de extensão rural, bioética e utilização de animais em pesquisa, ecotoxicologia e farmacologia humana e veterinária, zoologia de vertebrados, controle da qualidade, comportamento e bem-estar animal. Assim como semiologia, clínica, patologia, cirurgia de tecidos moles e anestesiologia veterinária. Atua também como Professor-Orientador de Trabalhos de Conclusão de Curso com experiência nos ensinos Fundamental, Médio, Técnico e Superior.

Tânia Machado da Silva, Universidade de Brasília

Bacharel em Gestão Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural e Doutoranda em Ciências Ambientais pela Universidade de Brasília. Possui experiência em projetos desenvolvidos na região Amazônica brasileira sobre a qualidade da água, saúde humana e metalômica aplicada ao desenvolvimento de biomarcadores de toxicidade do mercúrio aplicados ao setor hidrelétrico. Atua nas áreas de geoprocessamento; monitoramento ambiental; limnologia e química aquática de sistemas lênticos e lóticos; química do mercúrio em reservatórios, impactos, emissões na interface água-atmosfera, dinâmica de metilação e possíveis riscos da exposição humana; e, sistema multifrequencial de aquisição de imagens subaquáticas.

Wllyane Silva Figueiredo, Universidade de Brasília

Bacharela em Gestão Ambiental e mestra em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Brasília. Atua desde 2009 na avaliação de riscos ligados à exposição humana ao mercúrio e a outros elementos traço, e no monitoramento limnológico e da qualidade da água no setor hidrelétrico.

Luiz Fabrício Zara, Universidade de Brasília

Possui graduação em Bacharelado em Química com Atribuições Tecnológica pela Universidade Federal de São Carlos (1993), mestrado em Quimica Analitica (Arar.) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997) e doutorado em Quimica Analitica (Arar.) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Química Analítica, com ênfase em Saúde e Ambiente. Possui experiência em projetos desenvolvidos na região Amazônica brasileira e no semiárido drástico do nordeste brasileiro sobre a qualidade da água e saúde humana. Mais recentemente tem trabalhado assessorando empreendimentos do setor hidrelétrico quanto a questões ambientais (PBAs - EIA etc.)

Publicado

2023-01-08

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

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