Uso do Índice Canadense de Qualidade de Água na bacia hidrográfica do Rio das Velhas/MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.009.0005

Palavras-chave:

Barragem, Mineração, Recursos Hídricos

Resumo

Em pouco mais de 5 anos, dois desastres tecnológicos, relacionados a barragens de mineração de ferro, ocorreram no Brasil, ambos no Estado de Minas Gerais. O rompimento da barragem de Fundão, localizada no município de Mariana, em 2015 acarretou uma dispersão de rejeitos ao longo de 3 rios na bacia do Rio Doce e dois Estados (Minas Gerais e Espírito Santo). Por sua vez, em 2019, o rompimento da barragem B1, localizada no município de Brumadinho, também causou impactos similares ao longo dos córregos Feijão e Rio Paraopeba, localizados na bacia do Rio São Francisco. A bacia hidrográfica do Rio das Velhas, foco deste estudo, é uma das bacias mais suscetíveis a esse tipo de desastre, pois é onde estão localizadas a maior parte das minerações por alteamento a montante, similares às que romperam. Com o propósito de contribuir com a minimização dos impactos sociais às populações que dependem da água do Rio das Velhas, foram avaliados estudos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) realizados logo após os desastres, e investigados os parâmetros que tiveram alterações após os rompimentos das barragens de mineração; propondo-se, desta forma, a utilização de um grupo de parâmetros nos quais foi aplicado o Índice Canadense de Qualidade de Água (CCME WQI), tanto nos rios impactados, antes e após os desastres, quanto no Rio das Velhas, para ser utilizado como uma ferramenta para atuação proativa pelos agentes responsáveis. Foram selecionados os parâmetros: alumínio dissolvido, ferro dissolvido, manganês total, Sólidos em Suspensão Total (SST), turbidez e zinco. Com a aplicação do CCME WQI observou-se que houve uma piora do índice pós-desastres em quase todas as estações avaliadas. O resultado do CCME WQI no Rio das Velhas demonstrou que a qualidade da água nesse rio, mesmo com a ausência de rompimentos de barragem, é preocupante, com índices piores aos observados pós rompimento nos outros rios avaliados.

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Biografia do Autor

Aline Souza Cavalcante, Universidade Federal de Itajubá

Engenheira e gestora ambiental, Mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos - Profágua - UNIFEI e especialista em Avaliação de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas. Carreira desenvolvida na área de meio ambiente, com experiência em diagnósticos ambientais, avaliação de impactos ambientais e socioeconômicos, gestão de recursos hídricos superficiais e subterrâneos, perícia ambiental e planos de saneamento básico.

James Lacerda Maia, Universidade Federal de Itajubá

Possui graduação em Administração pela Universidade José do Rosário Vellano (2001). Mestrado em Engenharia da Energia pela Universidade Federal de Itajubá (2003). Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (2009). Atualmente é Professor Associado 1 da Universidade Federal de Itajubá. Tem experiência na área de Administração (gerenciamento financeiro e recursos humanos) e na área ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: instrumentos da política nacional de recursos hídricos (planos de bacia; outorga; cobrança e enquadramento de corpos d'água), gerenciamento de reservatórios com usos múltiplos da água, geração de energia hidroelétrica, batimetria, levantamentos de qualidade da água e estudos de impacto ambiental.

 

Ana Carolina Vasques Freitas, Universidade Federal de Itajubá

Professora adjunta na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Pesquisadora associada do Commonwealth Scientific and Research Organization (CSIRO) Oceans and Atmosphere - Austrália. Pesquisadora colaboradora do Interdisciplinary Climate Investigation Center (INCLINE) - USP. Pesquisadora associada da World Environmental Conservancy, Inc. (WEC) - USA. Membro do Conselho Técnico-Consultivo do Instituto Espinhaço Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental. Líder do grupo de pesquisa NuPPA/CNPq (Núcleo de Pesquisa em Poluição Ambiental). Faz parte do corpo docente permanente do programa de Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua)/Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Atua nas áreas de Climatologia, Meteorologia Dinâmica, Mudanças Climáticas, Modelagem Climática e Dispersão de Poluentes Atmosféricos. Possui graduação em Física (2004) pela UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) com iniciação científica em tratamento de resíduos químicos, mestrado (2007) e doutorado (2011) em Meteorologia pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Pesquisadora visitante em 2013 no CSIRO/Austrália e em 2014 conclui seu pós-doutorado em Ciências Atmosféricas no IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo).    

João Paulo Oliveira Silva, Universidade Federal de Itajubá

Técnico em Meio Ambiente, pelo Instituto Federal Minas Gerais - campus Governador Valadares. Graduando Engenharia Ambiental na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) - Campus Itabira.     

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Publicado

2023-01-08