Estoque de carbono por pedotransferência de sistemas agroflorestais em diferentes classes de solo na Amazônia Sul Ocidental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.004.0001

Palavras-chave:

Carbono do solo, Densidade do solo, Serviços ambientais, Sistemas consorciados

Resumo

Práticas de uso da terra como derrubada e queima estão entre os principais emissores de gás carbônico CO2 na atmosfera. Os sistemas agroflorestais (SAF´s) surgem como alternativas de uso dos recursos naturais, pois além de gerar diversos produtos de origem animal e vegetal são promotores em potencial, de serviços ecossistêmicos. Metodologias que se adequam a medição dos estoques de carbono do solo são dispendiosas e requerem rigor técnico. Equações de pedotransferência podem ser usadas para estimar a densidade do solo e consequentemente o estoque de carbono do solo, pois são de fácil aplicabilidade. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar e comparar o estoque de C obtido por meio de diferentes fórmulas/métodos em sistemas agroflorestais aos 28 anos da implantação e na floresta nativa, em três classes de solo. Foram avaliadas áreas com: Plintossolo Argilúvico Distrófico argissólico (FTd), Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico plintossólico (PVAf), e Latossolo Vermelho Distrófico concrecionário típico (LVd), no ramal Baixa Verde, Nova Califórnia (Rondônia). Em cada tipo de solo foram avaliados SAF’s e áreas de floresta adjacentes. Em cada área foram abertas trincheira de 1 x 1 x 1,5 m para serem coletadas amostras de solo, descrição dos perfis e classificação dos solos. Na trincheira o solo foi coletado em seis profundidades de 0-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm. Para os cálculos de densidade estimada foi utilizado equação de pedotransferência (BENITES et al., 2007). Utilizou-se dela para estimar os estoques de carbono nas diferentes áreas de uso e foi feita correção do estoque de carbono. A densidade estimada variou de 1,04 a 1,33 g.com-3 para as áreas de SAF’s e 1,03 a 1,33 g.com-3 para as de floresta nativa. Nas estimativas de carbono estocado sem correção a área de Floresta LVd obteve maior valor absoluto de C 120,36 Mg.ha-1, para valores corrigidos de carbono o SAF 2 LVd obteve maior estoque 121,81 Mg.ha-1 em valores absolutos. Porém, não houve diferença estatística entre eles (p<0,05). A classe dos Latossolos Vermelhos foi a que obteve maior média de carbono estocado corrigido até 1 m 115,64 Mg.ha-1, seguido de Plintossolo Argilúvico com 82,21 Mg.ha-1 e Argissolo Vermelho Amarelo com 69,28 Mg.ha-1. Entre as áreas de uso os SAF’s estocaram carbono de forma similar ao de uma floresta nativa, demonstrando seu potencial como captadores e armazenadores de CO2.

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Biografia do Autor

Giordano Bruno da Silva Oliveira, Universidade Federal do Acre

Atuação e experiência em áreas de pesquisa, extensão e manejo florestal. Bacharel em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Acre. Mestrado pela Universidade de Brasília na área de Ciências Florestais, com concentração na área de Tecnologia e Utilização dos Produtos Florestais. Doutorado pela Universidade Federal do Acre em Produção Vegetal com ênfase em Sistemas Agroflorestais, carbono do solo e funções de pedotransferência da densidade do solo.

Tadário Kamel de Oliveira, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Acre (1999), mestrado em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras (2001) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (2005). Atualmente é pesquisador - Emp Bras de Pesq Agrop Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre. Coordenou o projeto Sistemas Agroflorestais para Produção e Recuperação Ambiental na Amazônia (2013-2016). Tem experiência na área Agronômica e Florestal, com ênfase em Sistemas Agroflorestais, atuando principalmente nos seguintes temas: integração lavoura - pecuária - floresta, consórcios agroflorestais comerciais, sistemas silvipastoris, fitotecnia na Amazônia e manejo de solos.

Nilson Gomes Bardales, Universidade Federal de Viçosa

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Acre (2000), Especialista em Fruticultura Tropical pela Universidade Federal de Lavras (2002), Mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e Doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa (2009). Atuou como Técnico da Secretária de Estado de Meio Ambiente do estado do Acre (2009 - 2011) e Técnico do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) do Acre, onde participou da elaboração do Zoneamento-Ecológico-Econômico do Acre - ZEE-AC Fase II e Fase III, com ênfase nos Recursos Naturais - solos e uso da terra, e estudos específicos em mapeamento, classificação e distribuição de solos e estratificação de ambientes nas regionais do Baixo Acre e Baixo Juruá, estado do Acre (2011 - 2017). Foi Bolsista do CNPq/FAPAC, onde coordenou o Projeto do Programa Desenvolvimento Científico Regional (DCR) intitulado: Ordenamento Territorial com base em Aspectos Pedológicos, Uso da terra e Serviços Ambientais em três municípios do estado do Acre (2015 - 2018). Foi Professor Substituto na área de Ciência do Solo na Universidade Federal do Acre (UFAC) (2018 - 2020). Tem experiência na área de Agronomia, com diversos trabalhos em Gênese, Morfologia e Classificação dos Solos, Zoneamento Edafoclimático e mapeamento de Solos e Paisagens, atuando principalmente nos seguintes temas: Solos, Sistemas de Informações Geográficas, Estratificação de Ambientes, Aptidão Agrícola/Agroflorestal das terras. Consultor na área de mapeamento de solos, geopaisagens, estoque de carbono em solos, e Geoprocessamento aplicado à Pedologia.

Maria Cristiana de Freitas da Costa, Instituto Federal de Rondônia

Graduada em Engenharia Florestal - Universidade Federal do Acre - UFAC/Campus Floresta (2012). Mestrado em Ciências Ambientais - Universidade Federal de Rondônia - UNIR (2017). Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO, Campus Cacoal.

Eufran Ferreira do Amaral, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Acre (1992), Especialização em Planejamento Agrícola (1993), Fertilidade e Manejo de Solos Tropicais (1994), Aplicacíon de la Teledeteccíon y de Los SIGs (1995) e Levantamento e Classificação de Solos (1997), mestrado (2003) e doutorado (2007) em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa. Foi pesquisador da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (1993-1997), Professor da Universidade Federal do Acre (1992-1997), Secretário de Meio Ambiente do Estado do Acre (2007-2010). É pesquisador da Embrapa Acre desde 1997. Foi diretor-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais do Acre no período de 2011 a 2013. Exerceu o cargo de Chefe Geral da Embrapa Acre de agosto de 2013 a agosto de 2021. Atualmente exerce suas funções como pesquisador na Embrapa Acre na área de Solos. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Gênese, Morfologia e Classificação dos Solos, atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, zoneamento, levantamentos pedológicos, serviços ambientais, Etnopedologia, mudanças climáticas e planejamento de uso da terra.

Publicado

2022-07-02

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