Efeito da percolação da água do escoamento superficial sobre a colmatagem de pavimentos de concreto permeável com diferentes sistemas de infiltração da água armazenada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.002.0014

Palavras-chave:

Pavimento permeável, Colmatação, Coeficiente de permeabilidade

Resumo

Visando o desenvolvimento de tecnologias que acrescentem na melhoria do saneamento básico de modo a promover melhor desempenho no manejo de águas pluviais das cidades, esse estudo teve por objetivo analisar o efeito da percolação do escoamento superficial sobre a colmatagem de pavimentos de permeável com diferentes concretos permeáveis e sistemas de infiltração da água armazenada, com isso compreender como o coeficiente de permeabilidade e, consequentemente, a vida útil dos pavimentos permeáveis, são afetados ao longo do tempo. Para tanto, nove diferentes tipos de pavimentos permeáveis de concreto permeável foram dimensionados e construídos. A diferença entre eles foi no índice de vazios dos concretos permeáveis dosados pelo método de Nguyen et al. (2014) com 15, 20 e 25%, bem como o sistema de infiltração dos pavimentos, sendo o de infiltração total e o sem infiltração. A camada de base (reservatório) dos pavimentos permeáveis foi dimensionada segundo Silveira e Goldenfum (2007) e a camada de subleito segundo Becker (2018) e Zimmer (2020), tendo os pavimentos sido montados dentro de tubos rígidos de PVC com 20 cm de diâmetro. A água sintética utilizada na simulação de chuva foi desenvolvida a partir de uma mistura de água do sistema de abastecimento público, solo e erva mate. O experimento foi realizado em triplicatas para cada pavimento permeável de concreto permeável e constituiu em períodos totais de simulação acelerada de chuva, utilizando a metodologia de Rezende et al. (2016), equivalente a 12 anos para os pavimentos permeáveis de concreto permeável com infiltração total e 26 anos para os pavimentos permeáveis sem infiltração. O coeficiente de permeabilidade de cada material constituinte dos pavimentos permeáveis de concreto permeável foi medido separadamente, sendo: camada de subleito, camada de base (reservatório) e os concretos permeáveis com 15, 20 e 25% de índice de vazios. O coeficiente de permeabilidade inicial dos pavimentos permeáveis com infiltração total ficou próximos ao coeficiente de permeabilidade do agregado miúdo utilizado para compor a camada de subleito, e os pavimentos permeáveis sem infiltração tiveram seus coeficientes de permeabilidade iniciais próximos aos dos concretos permeáveis utilizados nas camadas de revestimento. O tempo equivalente a colmatação para os pavimentos permeáveis com infiltração total foi de 6,5, 7,8 e 9 anos para os que continham os concretos permeáveis com 15, 20 e 25% de índice de vazios, em contrapartida os pavimentos permeáveis sem infiltração tiveram seu tempo de colmatação equivalente em 16,2, 18,1 e 19,4 anos para a mesma ordem de índice de vazios dos concretos permeáveis. A camada de subleito é a principal responsável da diminuição/término da vida útil dos pavimentos permeáveis, sendo assim imprescindível uma avaliação prévia da condutividade hidráulica do solo em que será instalado o pavimento permeável, a fim de poder escolher qual o melhor sistema de infiltração a ser adotado.

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Biografia do Autor

Angelo Kuszkowski, Universidade Regional de Blumenau

Engenheiro Civil pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2019). Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Geotécnica e Engenharia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Pavimentos permeáveis, Concreto permeável, Capacidade de carga em fundações, modelagem em método dos elementos finitos, ensaios laboratoriais (Cisalhamento direto, granulometria, sedimentação, limites de Atterberg, CBR), retirada de amostra indeformada, sondagem spt/mista e cálculo de estabilidade de talude.

Ivone Gohr Pinheiro, Universidade Regional de Blumenau

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (1985) e doutorado em Physique et Chimie de L'environnement - Institut National Polytechnique de Toulouse (1996). É professora do quadro da Fundação Universidade Regional de Blumenau, atuando no ensino de graduação e de pós-graduação junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Neste além de ministrar as disciplinas de Metodologia da Pesquisa Científica e Gestão de resíduos sólidos, tem conduzido orientações de mestrado e doutorado com ênfase no tratamento e aproveitamento de resíduos sólidos, concreto permeável e qualidade da água percolada em pavimentos permeáveis, e tratamento e aproveitamento de água de chuva e água cinza. É editora da Revista de Estudos Ambientais. 

Publicado

2022-07-02

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente