Maturidade sexual morfológica pela técnica de crescimento relativo de Uca maracoani (Brachyura, Ocypodidae) de um manguezal tropical

Autores

  • Cibele Leandro da Costa Universidade Federal de Pernambuco http://orcid.org/0000-0003-3446-5300
  • Sheila Maria da Silva Alves Universidade Federal do Agreste Meridional
  • Cristiano Aparecido Chagas Universidade Federal de Pernambuco
  • Marina de Sá Leitão Câmara de Araújo Universidade de Pernambuco
  • Daniela da Silva Castiglioni Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.005.0020

Palavras-chave:

Relações morfométricas, Caranguejos Violinista, Biologia da reprodução, Caranguejos

Resumo

Apesar dos conhecimentos prévios sobre o crescimento relativo de U. maracoani para uma população do litoral do Sudeste brasileiro, o objetivo do estudo foi descrever e comparar os padrões relativos de crescimento e da maturidade sexual desta espécie do manguezal do Rio Formoso, Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, com dados de outras localidades e de espécies congenéricas. Os caranguejos foram amostrados manualmente, com um esforço de captura de 30 minutos na maré baixa de abril de 2009 a março de 2010. Os caranguejos de ambos os sexos foram medidos com um paquímetro nas seguintes dimensões: largura de carapaça (LC), comprimento da carapaça (CC), comprimento do própodo do quelípodo (CPQ), altura do própodo do quelípodo (APQ) e largura do abdômen (LA). Além disso, os machos também foram medidos no comprimento do gonópodo (CG). A determinação da maturidade morfológica baseou-se na relação entre CPQ vs. LC para os machos e LA vs. LC para as fêmeas, que foram as relações que melhor evidenciaram o início da maturidade sexual morfológica para U. maracoani. As relações CPQ vs. LC e LA vs. LC evidenciaram alometria positiva para jovens e adultos masculinos e femininos. No entanto, observou-se uma alometria negativa na relação CC vs. LC e CG vs. LC para jovens e adultos masculinos, LA vs. LC para machos adultos e, APQ vs. LC para fêmeas adultas. O padrão de crescimento do abdômen feminino provavelmente está relacionado à incubação de ovos e o crescimento excessivo do quelípodo masculino provavelmente está relacionado ao processo reprodutivo, pois este apêndice é usado na corte e interações agonísticas com outros machos.  A maturidade sexual morfológica dos machos foi estimada em 15,8 mm LC (50%), com o menor macho maduro medindo 17,34 mm LC, e o maior macho imaturo, 18,15 mm LC. As fêmeas atingiram a maturidade sexual morfológica (50%) a 13,8 mm LC, com a menor fêmea madura em 15,43 mm LC e a maior fêmea imatura em 16,32 mm LC. Os padrões diferenciais de crescimento entre fases juvenis e adultas, bem como o início da maturidade sexual parecem ter relação com mudanças ontogenéticas, que estão principalmente relacionadas a traços comportamentais ou reprodutivos. O padrão de crescimento observado no abdômen feminino provavelmente está relacionado à eclosão de ovos, enquanto o crescimento excessivo mostrado no quelípodo masculino deve estar relacionado a processos reprodutivos, uma vez que este apêndice é usado na corte e em interações específicas com outros machos.

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Biografia do Autor

Cibele Leandro da Costa, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Odontologia (2020) e em Ciências Biológicas - Licenciatura (2011) pela Universidade Federal de Pernambuco. Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Cidade de São Paulo (2013). Mestre em Saúde Humana e Meio Ambiente pela UFPE (2015). Foi integrante do grupo de pesquisa PerioImplante - UFPE, onde desenvolveu pesquisa sobre implantes e elementos finitos (2018-2019). Participou de pesquisa com Histomorfologia e Histomorfometria de tecido ósseo (2009). Atuou em diversas atividades de monitora e extensão, membro da Liga Acadêmica de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial (LACTBMF), Liga Acadêmica de Anatomia de Aplicada a Odontologia (LA3O), e em educação continuada de docentes. Participou do Programa de Bolsas Luso-Brasileiras de Intercâmbio, financiada pelo Banco Santander, onde estudou na Universidade de Évora - Portugal (2010). Atualmente é professora de Biologia do Governo do Estado de Pernambuco e Cirurgiã-Dentista em consultório particular. Tem experiência em morfologia, histologia, odontologia hospitalar, cirurgia e reabilitação oral.

Sheila Maria da Silva Alves, Universidade Federal do Agreste Meridional

Pós-graduada em Gestão Ambiental pela Faculdade Única. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco, Campus Garanhuns. Graduanda em Medicina Veterinária pela UFRPE-UAG. Estagiou voluntariamente na Coleção Didática de Zoologia-UPE-GUS. 

Cristiano Aparecido Chagas, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal de Pernambuco com experiência na no ensino de Biologia Celular, Embriologia, História e Filosofia da Ciência. Na pesquisa publicou artigos sobre Herpesvírus, imuno-histoquímica, hibridização in situ, marcadores tumorais. Atualmente tem projetos na área de marcadores de genotoxicidade e mutagênese ambiental aplicados à saúde humana e ecotoxicologia.

Marina de Sá Leitão Câmara de Araújo, Universidade de Pernambuco

Sou graduada em Ciências Biológicas (Bacharelado) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Especialista, Mestre e Doutora em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde 2012, sou professora adjunta de Zoologia na Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Garanhuns, na licenciatura em Ciências Biológicas, em todas as modalidades. Docente do PPGSDS - programa de pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento Socioambiental. Presidente da Sociedade Nordestina de Zoologia (SNZ), tendo sido eleita em assembléia no XIX Encontro de Zoologia do Nordeste. Também sou editora chefe da Revista Nordestina de Zoologia (RNZ), Coordenadora do Laboratório de Zoologia e Curadora da Coleção Didática de Zoologia da UPE, Campus Garanhuns (CDZ/UPE). Componho o grupo de trabalho (GT) de Estágio Supervisionado da referida unidade, sendo a Coordenadora de Estágios do referido curso. Tenho experiência nas áreas de Zoologia, Biologia Marinha, Ecologia e Educação Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Ecologia de populações e de comunidades. Sou educadora ambiental e protetora animal, e coordeno o projeto de extensão Amigos dos animais de Garanhuns, que promove palestras educativas sobre guarda responsável nas escolas da região, incentiva a adoção de animais abandonados no campus e seu entorno, e promove mutirões de castração em Garanhuns e região. 

Daniela da Silva Castiglioni, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2000), mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) (2002) e doutorado em Biologia Animal pela Universidade Federal do Rio Grando do Sul (UFRGS) (2007). Além disso, fez doutorado-sanduíche na Universidad de Buenos Aires. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em biologia, ecologia e reprodução de crustáceos decápodos estuarinos e diversidade e ecologia de anfípodos de água doce. Atualmente é professor Associado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Campus de Palmeira das Missões.

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Publicado

2021-03-28

Edição

Seção

Oceanografia Física, Química, Geológica, Biológica

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