Território usado em áreas protegidas e atrativos turísticos: exploração ou conservação ambiental?

Autores

  • Universidade Federal de Sergipe
  • Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.6008/ESS1983-8344.2011.002.0003

Palavras-chave:

Unidade de Conservação, Atrativo Turístico, Remanescente Florestal, Comunidade Local

Resumo

O uso de territórios com paisagens naturais para implantação de atrativos turísticos não é recente, marcando a criação e implementação legal das Unidades de Conservação (UCs), os Parques Nacionais. O Brasil segue essa tendência, onde territórios de várias UCs, detentores de beleza cênica, são usados como atrativo turístico. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, responsável pela criação, gestão e implementação de UCs, divide-as no grupo de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Esse ensaio tem como recorte empírico a APA do Morro do Urubu, em Aracaju/SE, que dispõe de paisagens naturais usadas como atrativo turístico. Como objetivo analisar a instalação de atrativos turísticos na APA, e a conservação socioambiental desse remanescente florestal. A pesquisa foi realizada mediante: análise bibliográfica e documental; entrevista semi-estruturada: responsável pela administração, e coordenador técnico da APA (SEMARH); técnico responsável pelo gerenciamento do Parque da Cidade (EMDAGRO); comandante do Pelotão Ambiental; pesquisa de campo para identificação dos atrativos turísticos, análise dos impactos socioambientais no espaço interno e no entorno. Além dos benefícios ambientais oferecidos gratuitamente, é usada para visitação pública, em função dos atrativos turísticos: Zoológico, Mirante da Santa, Teleférico, e das áreas para lazer e recreação. A apropriação do território para a demanda das atividades turísticas contribui para a dilapidação dos recursos naturais e para a exclusão social daqueles que mantém laços afetivos com a APA. Assim, tal atividade concorre com os propósitos maiores da conservação socioambiental, recriando lugares e excluindo as comunidades locais do cotidiano. Contudo, para a conservação dos serviços ambientais da APA é necessário criar instrumentos de gestão ambiental, visando o ordenamento territorial; realização de campanhas educativas para visitantes e comunidade local; repasse dos lucros das empresas terceirizadas que usam o território da APA; e cobrança de taxas de entrada para visitantes.

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Biografia do Autor

, Universidade Federal de Sergipe

É Doutoranda pela Universidade Federal de Sergipe, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2005), Graduada em Geografia Licentura Plena e Bacharelado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2001) e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Geoecologia e Planejamento Territorial - GEOPLAN. Tem experiência na área de Geografia, atuando principalmente em Geografia Urbana, Geografia da População, Biogeografia, Planejamento e Gestão Ambiental, Prática de Ensino em Geografia, Estágio Supervisionado em Geografia, Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Educação Ambienta, Unidades de Conservação e Conflitos Socioambientais.

, Universidade Federal de Sergipe

Professora Associada do Departamento de Geografia da UFS. Pós-Doutora em Geografia Física (Biogeografia) pela The University of Queensland, Austrália. Doutora em Desenvolvimento Sustentável (UnB), com estágio de doutoramento em Geografia Física e Ordenamento Territorial na Universidde de Lisboa, Portugal. É Membro da ASCI, Membro do Conselho Científico e Pesquisadora FAPITEC(SE), Avaliadora Externa (FFLCH/USP) e Membro do Conselho Editorial da Editora da UFS (EDUFS/SE) e Editora Horizonte (SP). Orienta pesquisas tanto na graduação quanto, como membro permanente, nos Programas de Pós-Graduação em Geografia (NPGEO) e em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da UFS, do qual foi coordenadora (2005-2008). Lidera o Grupo de Pesquisas em Geoecologia e Planejamento Territorial (GEOPLAN/CNPq). Atua em Geografia Física/Biogeografia, principalmente nos temas: Fitoindicação e Mudanças Ambientais, Monitoramento Socioambiental e Políticas Territoriais, Paisagem e Sustentabilidade(s).

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Publicado

2012-03-18

Edição

Seção

Conservação da Biodiversidade