Alimentação, crescimento e comportamento em cativeiro de um filhote órfão de Peixe-Boi Marinho (Trichechus manataus, Linnaeus, 1758)
DOI:
https://doi.org/10.6008/ESS2237-9290.2011.002.0004Palavras-chave:
Mamíferos Aquáticos, Dieta, Amamentação, Reabilitação, Curva de CrescimentoResumo
No Brasil, embora existam registros de peixe-boi marinho em cativeiro, poucas informações relatam o manejo com esta espécie. Como forma de diminuir esta lacuna, este trabalho visa relatar os resultados obtidos através do controle de alimentação, observação de comportamento e acompanhamento do crescimento de uma fêmea órfão de Trichechus manatus e comparar com estudos similares realizados com animais em cativeiro da mesma espécie, de populações da Flórida (E.U.A). O espécime de peixe-boi marinho, fêmea, foi capturado em um curral de pesca e transferido para uma lagoa costeira de água doce e posteriormente mantida em uma piscina. Durante o período em cativeiro, ocorreu a oferta de alimentação através de mamadeiras composta por leite em pó integral e complexo vitamínico, sendo em algumas ocasiões testado a adição de óleo vegetal. Além disto, ocorreu a tentativa de introduzir itens alimentares de origem vegetal, tais como o junco (Eleocharis sp.), aguapé (Eichhornia crassipes), alface, couve, algas marinhas (Gracilaria sp., Vidalia sp., Hipaeae sp., Laurencia sp.) e fanerógama marinha (Halodule sp.). Os registros do comportamento do filhote relativo aos deslocamentos no viveiro, posição corporal e tempo de mergulho foram feitos através de observações específicas “ad libitum” com auxílio de um binóculo e cronômetro digital. Para os estudos de crescimento, foram realizadas medidas morfométricas e a pesagem. Com relação a oferta alimentar foi registrado o incremento gradativo no consumo de leite, porém o filhote não demonstrou interesse efetivo por nenhum item de origem vegetal que lhe foi oferecido. Exceto o comportamento condicionado aos sinais de alimentação ou a sua captura para a biometria, o filhote era extremamente dócil e lento, passando várias horas por dia descansando, boiando ou submerso, vindo à tona apenas para respirar. Foi observado o uso das nadadeiras peitorais para direcionar os movimentos e realizar pequenos deslocamentos junto ao fundo, enquanto que a nadadeira caudal era a principal responsável pelos movimentos longos e rápidos. Duas posições típicas de descanso foram observadas, bem como a vocalização nas ocasiões de manejo. Durante o período em cativeiro, o filhote cresceu 33 cm em comprimento total e engordou 46 Kg, o que pode ser considerado como um padrão de crescimento normal. Em decorrência de um processo congestivo visceral, o filhote morreu com aproximadamente um ano de vida.Downloads
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