Adaptações fisiológicas de arraias Potamotrygon Rex (Potamotrygonidae) frente às variações sazonais no ambiente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.007.0033

Palavras-chave:

Potamotrygonidae, Variações fisiológicas, Ambiente, Sazonalidade

Resumo

As espécies de arraias de água doce (família Potamotrygonidae) têm sua história evolutiva intrinsecamente conectada à história geológica das bacias hidrográficas neotropicais. Os representantes desse grupo acumulam uma série de adaptações fisiológicas que possibilitam a manutenção de suas populações em condições ambientais variáveis, sendo a maioria dessas ainda desconhecidas. Assim, este trabalho teve por objetivo analisar as respostas fisiológicas das arraias Potamotrygon rex, frente às variações do ambiente, ocorridas durante o ciclo hidrológico (períodos chuvoso/estiagem) na região do Alto/Médio rio Tocantins. O ambiente foi verificado na tomada de amostras da água durante sete semanas consecutivas, no período chuvoso e de estiagem, na mesma região onde foram coletadas as arraias. Os espécimes foram coletados na área de transição do reservatório do Lajeado, no rio Tocantins, dos quais foram registrados os dados biométricos e coletadas amostras de sangue para verificação dos indicadores fisiológicos (hematócrito, hemoglobina e glicose plasmática). Foi calculado o fator de condição relativo das arraias (Kn), e a relação ente os dados biométricos e as variáveis fisiológicas foi avaliada pela correlação de Pearson. Como resultado, verificou-se as alterações ambientais que ocorrem sazonalmente, durante o ciclo hidrológico (períodos chuvoso e estiagem). No período chuvoso (de outubro a abril), a temperatura da água (°C), o oxigênio dissolvido na água (mg/L) e a turbidez apresentaram valores mais elevados do que no período de estiagem (de maio a setembro), com exceção da condutividade elétrica. Para os espécimes coletados na estiagem verificou-se o aumento do peso, do Kn, do hematócrito, hemoglobina e glicose plasmática. Contudo, não houve correlação significativa entre os dados biométricos e fisiológicos. Dessa forma, as mudanças ocorridas na fisiologia de Potamotrygon rex sugerem plasticidade da espécie para suportar as variações sazonais da região.  

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Biografia do Autor

Juliane Monteiro dos Santos, Universidade Federal do Tocantins

Doutoranda pela Universidade Federal do Tocantins curso de pós-graduação Ciências do Ambiente - CIAMB. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Fundação Universidade Federal do Tocantins (2008). Mestrado em Ciências do Ambiente (CIAMB) Universidade Federal do Tocantins - UFT (2010/2012). Atualmente é professora substituta do Instituto Federal do Tocantins disciplina de química. Atualmente desenvolve trabalhos como técnica curricular da disciplina de Biologia da Diretoria Regional de Ensino de Porto Nacional- TO.

Derval Gomes Ribeiro Neto, Universidade Federal do Tocantins

Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Tocantins (2016). Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (2021).

Elineide Eugênio Marques, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Ciências Biológicas (UEM, 1986); mestrado em Ciências Biológicas - Zoologia (UFPR, 1993); e doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (UEM, 1999); pós-doutorado em Gestão Pesqueira na Universidade da Florida (2018). Professora Associada da Universidade Federal do Tocantins. Atua na área de ciências ambientais e ecologia, com ênfase em manejo e conservação de recursos naturais e nos temas: ictiologia; biologia e ecologia de peixes e pesca de água doce; ecologia de reservatórios; impactos socioambientais e econômicos de grandes empreendimentos.

Carla Simone Seibert, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Tocantins (1997), mestrado e doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) pela Universidade de São Paulo - USP (1998 / 2005) e pós-doutorado no Laboratório de Biofísica e Bioquímica do Instituto Butantan - SP (2005 / 2007). É professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desde 2008, atuando nas modalidades de Licenciatura e Bacharelado, do Curso de Ciências Biológicas no Campus de Porto Nacional, onde trabalha com alunos nas duas áreas de formação. É professora no programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - UFT / Palmas. Desenvolve trabalhos com animais peçonhentos, ecofisiologia do envenenamento e interação socioambiental. 

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Publicado

2020-08-10

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente

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