Análise da relação entre o crescimento populacional e o desmatamento no estado do Amapá, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.006.0032Palavras-chave:
Fronteira do Desmatamento, Serviços Ambientais, Floresta AmazônicaResumo
O estado do Amapá, apesar do histórico de baixo desmatamento, apresenta condições propícias ao ciclo de fronteira que ocorre em outras regiões amazônicas, com o agravante de um vertiginoso crescimento populacional, o qual é apontado como fator de indução direto e indireto do desmatamento. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo analisar o grau de influência desse fator de indução e suas consequências no âmbito das mudanças de uso do solo no Amapá. Para isso, primeiramente foi analisado o crescimento populacional no estado e em cada um dos seus 16 municípios, por meio de consultas ao Censo Demográfico dos anos de 1980, 1991, 2000 e 2010. Visando identificar a influência do crescimento populacional no desmatamento, foi realizada a análise de Correlação de Pearson (r). A partir disso foi estimada a taxa de desmatamento até o ano de 2030, utilizando regressão linear. A população do Estado cresceu em apenas 36 anos cerca de 325%, propulsionada pela criação das Áreas de Livre Comércio e a elevação da categoria de Território para Estado em 1988. De maneira similar, entre 2000 e 2014, o desmatamento aumentou 82%. Constatou-se uma forte correlação positiva entre os fatores analisados (r = 0,95), comprovando que o crescimento populacional teve influência direta no desmatamento no Estado do Amapá. Considerando o crescente aumento populacional, estimou-se que o Amapá tende a desmatar mais 134.644ha até o ano de 2030. A forte relação constatada no estudo se dá devido ao aumento da demanda interna por alimentos e produtos florestais para atender as necessidades da população em crescimento, assim como as oportunidades do mercado externo, uma vez que o Amapá foi inserido rota de exportação de commodities.
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