Efeito da cobertura de dossel sobre a comunidade de Odonata (insecta) em igarapés na região de Santarém-Belterra (PA)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.006.0011

Palavras-chave:

Anisoptera, Zygoptera, Abundância, Riqueza, Dossel

Resumo

Ações antrópicas, como a remoção da vegetação ripária, causam prejuízos ao homem e à natureza; essa, quando integrada, exerce grande influência positiva sobre o corpo d’água; quando retirada, pode causar alterações físicas e bióticas sobre os ecossistemas aquáticos e os indivíduos que nela habitam. Neste contexto, foi avaliado o efeito da cobertura de dossel sobre a comunidade de Odonata na região Santarém-Belterra, Pará, Brasil. Para o estudo, foram amostrados 48 igarapés, estes que, para suas classificações, quanto aos níveis de conservação, foi aplicado o Índice de Integridade do Habitat. Para a amostragem biológica, os cursos foram medidos por uma distância de 100m ao longo de sua extensão, subdivididos em 20 segmentos de 5m cada, os Odonatas adultos foram capturados por uma rede entomológica durante 3 minutos em cada seguimento. Através de IIH, classificamos 26 igarapés, com integridade alterada e 22 preservadas. Foram coletados 1819 insetos, sendo 365 da subordem Anisoptera e 1454 de Zygoptera. Os valores obtidos através regressão linear apontaram que, com o aumento de aproximadamente 0,2 de IIH, ocorre um decréscimo de aproximadamente oito indivíduos e uma espécie de Anisoptera e aumento de aproximadamente sete indivíduos e uma espécie de Zygoptera. As maiores riquezas de espécies de Anisoptera ocorreram em igarapés classificados como alterados (t=2,072; p=0,043), para Zygoptera, este índice foi maior em igarapés classificados como preservados (t=2,387; p=0,021). Com aumento de aproximadamente 10% na cobertura de dossel, há um decréscimo de aproximadamente três indivíduos e uma espécie de Anisoptera e um aumento de aproximadamente dois indivíduos e uma espécie de Zygoptera com o mesmo percentual. A diferença na distribuição dos indivíduos da ordem Odonata pode ser explicada por suas exigências ecofisiológicas inerentes a cada subordem. Onde a vegetação ripária exerce maior influência sobre a riqueza das espécies. Dada a especificidade de cada subordem, elas podem ser utilizadas como bioindicadores de qualidade do hábitat.

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Biografia do Autor

Daniel de Carvalho Silva, Universidade Federal do Oeste do Pará

Formado no Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática (EETEPA - 2014), Acadêmico do Bacharelado em Odontologia (IESPES, 2018) e do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas (UFOPA, 2015).

José Max Barbosa Oliveira Junior, Universidade Federal do Oeste do Pará

Pós-Doutorando pela Universidade do Algarve (UAlg), Portugal. Doutor em Zoologia (Conservação e Ecologia) pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) (2013-2015). Mestre em Ecologia e Conservação (Ecologia de Sistemas e Comunidades de Áreas Úmidas) pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) (2011-2013). Graduado em Ciências Biológicas (Licenciatura Plena) pela Faculdade Araguaia (FARA) (2007-2010). Professor Adjunto I da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), lotado no Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA). Membro de corpo editorial dos periódicos Enciclopédia Biosfera e Vivências. Revisor de periódicos nacionais e internacionais. Tem experiência em ecologia e conservação de ecossistemas aquáticos continentais, integridade ambiental, ecologia geral, avaliação de impactos ambientais (ênfase em insetos aquáticos). Áreas de interesse: ecologia, conservação ambiental, agricultura, pecuária, desmatamento, avaliação de impacto ambiental, insetos aquáticos, bioindicadores, ecossistemas aquáticos continentais, padrões de distribuição.

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Publicado

2018-07-03