Diagnóstico ambiental do rio Ouricurí em Capanema, Pará: bioindicação por macroinvertebrados aquáticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.010.0029

Palavras-chave:

Avaliação de recursos hídricos, Insetos aquáticos, Biomonitoramento

Resumo

A disponibilidade de água para usos múltiplos vem diminuindo devido a ocupação desordenada do solo nas bacias hidrográficas e ao crescimento econômico e demográfico que geram resíduos sólidos e esgoto, ocasionando alteração nas características biológicas, físicas e químicas dos mananciais urbanos. Este trabalho objetivou verificar a qualidade da água através da análise da condição da macrofauna de invertebrados aquáticos no rio Ouricurí em Capanema-PA, considerando três áreas distintas (nascente (N), perímetro urbano (U) e foz (F)), além de determinar a influência da sazonalidade local e os aspectos físico-químicos da água na composição das assembleias de invertebrados. Para isso, foram realizadas coletas em novembro/2020 e abril/2021, contemplando as estações menos chuvosa e chuvosa na região amazônica. Em cada área estudada, foram determinados três pontos seguindo o curso do rio, totalizando nove pontos de coleta. Para a avaliação da qualidade da água, foram mensurados os índices BMWP/ASPT e EOT, que considerou a riqueza e abundância dos grupos de invertebrados. Foram capturados 14.213 espécimes que representaram 124 táxons, destes a classe Insecta foi a predominante com 12.047 espécimes coletados. Os resultados dos índices indicaram que a água do rio Ouricurí varia entre boa e regular para os índices BMWP e ASPT e de regular e ruim para o índice EOT. A bioindicação pelos macroinvertebrados evidenciou também, melhores resultados para a área da nascente. Em relação a abundância de invertebrados, a sazonalidade local não foi um fator que gerou mudanças significativas (ANOVA II: p = 0,41). O esforço amostral para a determinação da riqueza de famílias, foi adequado devido a tendência de estabilização das curvas de acumulação de riqueza. Percebeu-se neste estudo, que as áreas urbanas influenciaram negativamente os corpos hídricos, desestruturando as comunidades biológicas, por reduzir os insumos bioecológicos e energéticos, resultando em menor disponibilidade de abrigo e alimento para a fauna de macroinvertebrados aquáticos.

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Biografia do Autor

Eduardo Camurça da Silva, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Engenharia Ambiental (2013) e mestrado em Ciências Ambientais (2021) pela Universidade do Estado do Pará - UEPA, atuando na linha de pesquisa de Monitoramento e Conservação de Ecossistemas Amazônicos, através da avaliação de impactos ambientais em ecossistemas aquáticos por meio de bioindicação. Ocupou o cargo de Engenheiro Ambiental na Prefeitura Municipal de Capanema (2017 a 2019), realizando as funções de analista de projetos ambientais, cadastro e emissão de certificados do Cadastro Ambiental Rural, vistorias técnicas. 

Ana Lúcia Nunes Gutjahr, Universidade do Estado do Pará

Possui Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará - UFPA (1983), Especialização em Sistemática Zoológica pela UFPA (1984), Mestrado em Ciências Biológicas (Entomologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -INPA (1989) e doutorado em Ciências Biológicas - INPA (Entomologia) (1996). Pós-Graduação (Lato Sensu) em Administração Escolar pela Universidade Cândido Mendes - RJ (2006). Atualmente é Professora Adjunto IV da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UEPA, Lider do Grupo de Pesquisa intitulado Pesquisas Interdisciplinares em Biodiversidade Amazônica e pesquisadora colaboradora do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG. Tem experiência na área de Ensino de Ciências e Biologia, Ecologia e Meio Ambiente, Taxonomia de Insecta, atuando principalmente nos seguintes temas: Orthoptera-Acridomorpha terrestres e semi-aquáticos, Coleções Científicas, Biodiversidade, Comportamento populacional, Artrópodes associados às macrófitas aquáticas e edáficos, Educação Ambiental e Saúde pública com ênfase nos animais causadores de doenças.

Carlos Elias de Souza Braga, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará/UFPA (2004), mestrado (2008) e doutorado (2015) em Ciências Biológicas, área de concentração em Entomologia, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Atualmente é Professor Assistente IV da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e pesquisador colaborador do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Ecologia e Taxonomia da Classe Insecta e na Ordem Orthoptera, Infraordem Acrididea. Também, na área de Educação em Ciências, Biologia e Ensino de Biologia. 

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Publicado

2021-10-20

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