Determinação de resíduos de agrotóxicos em Bombus spp. (Hymenoptera: Apidae) empregando o método Quechers modificado e LC-MS/MS e GC-MS/MS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.006.0044

Palavras-chave:

Polinizadores, Forrageamento, Contaminação, Cromatografia

Resumo

Os polinizadores são fundamentais para a reprodução de diversas espécies de plantas com flores, atuando na transferência de grão de pólen de uma flor para outra. No entanto, suas atividades forrageiras os expõem em contato com diversos poluentes, incluindo os agrotóxicos. Pesquisas sobre efeitos adversos de agrotóxicos em abelhas do gênero Bombus são escassos no Brasil, e por serem insetos polinizadores, é importante realizar estudos que avaliem a suscetibilidade deles aos agrotóxicos utilizados na agricultura. Para a avaliação dos resíduos de agrotóxicos utilizados na agricultura para controle de pragas na cultura da soja no Rio Grande do Sul, foi empregado o método QuEChERS para a determinação de multirresíduo de agrotóxicos no corpo de abelhas. As abelhas do gênero Bombus utilizados na pesquisa foram coletados enquanto forrageavam em áreas de vegetação agrícola e urbana no Estado. O método QuEChERS para extração multirresíduo, envolve extração inicial em acetonitrila, etapa de partição após a adição de sal e uma etapa de limpeza utilizando extração em fase sólida dispersiva. No preparo das amostras de Bombus spp. foi empregado o método QuEChERS para isolar os analitos das matrizes a serem estudadas. Na identificação e quantificação dos analitos foi utilizado um cromatógrafo líquido e gasoso acoplado a um detector de massas (LC-MS/MS e GC-MS/MS), para detecção de 119 compostos de diferentes classes, tais como, inseticidas e fungicidas. Dos 119 agrotóxicos analisados, apenas azoxistrobina, acetamiprido e metomil, apresentaram resíduos detectáveis nas amostras analisadas, no entanto, a azoxistrobina foi detectada na concentração abaixo do limite de quantificação do método (LOQ) para as amostras de B. morio coletados no município de Júlio de Castilho, enquanto que, o acetamiprido e metomil, obtiveram resíduos de agrotóxicos detectados acima do limite de quantificação do método também em amostras de B. morio, coletados nos municípios de Santiago e Capão do Cipó. Nos demais compostos (116), a concentração de agrotóxico obtida foi menor que o limite de detecção do método (LOD). 

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Biografia do Autor

Jocélia Gonçalves Silva, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba, Campus II (2008), desenvolvendo pesquisas com controle biológico. Mestrado em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba, Campus III (2011), desenvolvendo pesquisas na área de pós-colheita de frutos e controle de insetos-praga. Doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, Campus Camobi (2020), desenvolvendo pesquisas com abelhas do gênero Bombus spp. Foi bolsista de Fixação de Técnico na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Semiárido), atuando na área de Entomologia Aplicada com ênfase em Manejo Integrado de Pragas de uvas de vinho e de mesa e Produção Integrada de Frutas (2011-2013). Atualmente é técnica de campo do SENAR-RO desenvolvendo atividades de ATeG na cadeia produtiva do cacau e instrutora de cursos de Formação Profissional Rural (FPR) na área de agricultura, pelo SENAR. 

Joálisson Gonçalves Silva, Universidade Federal da Paraíba

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal da Paraíba, Campus II. Mestrado em Agronomia - Agricultura Tropical, com linha de pesquisa em Biotecnologia, Melhoramento e Proteção de Plantas Cultivadas pela Universidade Federal da Paraíba, Doutorado em Agronomia - Agricultura Tropical, com linha de pesquisa em Biotecnologia, Melhoramento e Proteção de Plantas Cultivadas pela UFPB. Tem experiência em Fitotecnia na área de Fitossanidade com ênfase em Entomologia, desenvolvendo pesquisas na área de Manejo Integrado de Pragas. Foi bolsista de Iniciação Científica do CNPq por 3 anos. Atualmente técnico de campo do SENAR-RO ATeG da cadeia produtiva do cacau e instrutor de cursos de FPR na área de agricultura. 

Renato Zanella, Universidade Federal de Santa Maria

Doutor em Química Analítica pela Dortmund Universität, Alemanha, em 1994, com pós-doutorado na Free University of Amsterdam (Holanda). Prof. Adjunto da UFSM (1994-2006), Prof. Associado (2007-2014) e Prof. Titular desde 2014. Coordenador desde 2001 do Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (LARP), acreditado CGCRE/INMETRO, e líder do Grupo de Pesquisas do Centro de Pesquisa em Cromatografia e Espectrometria de Massas (CPCEM) desde 2001, coordenando vários projetos na área de resíduos e contaminantes em alimentos, amostras ambientais e industriais. Membro do Comitê Assessor de Química do CNPq (2020-2023) e do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul - Fapergs (2017-2022), Vice-Presidente desde 2021. Diretor Administrativo e membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência - FATEC (2020-2022). Membro do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas ? BrMASS (desde 2018). Presidente da Red de Análises de La Calidad Ambiental en América Latina (RACAL) e membro do Comitê Executivo Extensivo da International Association of Environmental Analytical Chemistry (IAEAC) desde 2013. Responsável pela RACAL no Brasil (2008-2012). Bolsista PQ do CNPq desde 2004. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSM e membro do Conselho Universitário da UFSM (2008-2010). Diretor (2006-2008) e Vice-Diretor (2004-2006) da Divisão de Química Analítica da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Representante da área de Química Analítica no Colegiado do PPGQ-UFSM (2000-2007, 2010-2011, 2017-2018). Presidente do Comitê Assessor da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM (2009-2010). Membro do Núcleo de Coordenação da REDE NACIONAL DE ANÁLISES DE ALIMENTOS (RENALI) do Sistema Brasileiro de Tecnologia (SIBRATEC)/MCTI desde 2009. Membro do Conselho Científico da REDE DE RESÍDUOS E CONTAMINANTES do MCTI/MAPA desde 2009. Autor de mais de 180 artigos em periódicos e 13 capítulos de livros. Orientador de 42 dissertações de mestrado, 24 teses de doutorado, 6 pós-doutorado e 33 trabalhos de iniciação cientifica. Atualmente orienta 3 alunos de mestrado, 6 de doutorado e 3 de iniciação científica. Editor Associado da Food Analytical Methods, Scientia Chromatographica e Brazilian Journal of Analytical Chemistry (BrJAC). Membro do Corpo Editorial do International Journal of Environmental Analytical Chemistry (IJEAC) e da Separations. Consultor ad hoc de vários periódicos científicos e das principais agências de fomento brasileiras. Coordenador do IX Simpósio Latinoamericano de Química Analítica Ambiental e Sanitária, evento RACAL/IAEAC, em Salvador-BA (2011). Membro do Comitê Organizador do Congresso Latino-Americano de Cromatografia e Técnicas Relacionadas (COLACRO) em 2010 e 2012, coordenando o Simpósio Environmental Analysis. Membro do Comitê Organizador do Latin American Symposium on Environmental Analytical Chemistry (LASEAC) em 2015 (Equador), 2017 (Colômbia), 2018 (Chile) e 2019 (Brasil). Apresentou palestras em eventos científicos na França, Itália, Costa Rica, Grécia, Alemanha, Espanha, México, EUA, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai, além de várias no Brasil, bem como ministrou cursos na Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai e Brasil. Em seu currículo Lattes os termos mais frequentes são: pesticidas, medicamentos veterinários, fármacos, água, solo, frutas, cereais, leite, carne, Cromatografia, GC-MS/MS, LC-MS/MS, SPE, QuEChERS. 

Jerson Vanderlei Carús Guedes, Universidade Federal de Santa Maria

Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (1992), Mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (1995), Doutor em Ciências em Entomologia pela ESALQ-USP (2003), com estágio Pós-Doutoral na University of California - Davis (2017). Atualmente é Professor Titular da UFSM onde leciona na graduação e pós-graduação e já orientou mais de 50 mestres e doutores. Trabalha com Entomologia Agrícola e Manejo Integrado de Pragas (MIP), principalmente com pragas da soja, milho, arroz e cereais de inverno. Controle químico e biológico de pragas, Tecnologia de Aplicação, Fitossanidade de Precisão, além de Modo de Transferência e Entrada (MoTE) e Modo de Ação (MoA) dos inseticidas. 

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Publicado

2021-05-31

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente