Desenvolvimento de competências: a percepção de gestores sobre técnicos administrativos em uma universidade federal
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2019.003.0005Palavras-chave:
Planos de Carreira, Competências, Gestão de Pessoas, Técnicos Administrativos em EducaçãoResumo
No serviço público, a atual configuração das relações humanas e das ferramentas intangíveis de trabalho, que estão dispostas aos servidores, deveriam ser responsáveis pelo bom desempenho do serviço prestado. Políticas de Gestão de Pessoas, sobretudo de Planos de Carreira, deveriam se configuram como fatores-chave de sucesso nas organizações. Neste sentido, nas Instituições Federais de Ensino Superior, o Plano de Cargos e Carreiras dos Técnicos Administrativos em Educação - PCCTAE, enquanto plano de carreira, pretendeu estimular o desenvolvimento profissional dos servidores aliado aos objetivos estratégicos destas instituições. Dado este contexto, o presente estudo se preocupa em avaliar o comportamento no desenvolvimento da carreira dos Técnicos Administrativos em Educação a partir da percepção da alta gestão de uma universidade federal, sob uma perspectiva de desenvolvimento de competências em consonância com os objetivos estratégicos institucionais. Utilizando-se de entrevistas semiestruturadas com a alta gestão de uma universidade federal como forma de coleta de dados, e valendo-se da análise de conteúdo como metodologia de análise dos dados, os resultados evidenciaram a percepção dos entrevistados que o conceito de competências no serviço público está fortemente relacionado a fatores socioemocionais apontando atitudes e valores que orientam o comprometimento e capacidade de trabalho em grupo como essenciais ao desempenho de qualquer profissão no serviço público. Quanto às possibilidades de aperfeiçoamento profissional por meio de cursos de capacitação e qualificação, foram encontradas críticas dos entrevistados a respeito da incompatibilidade dos cursos realizados em relação às atividades profissionais desenvolvidas no exercício do cargo. Já para os casos de concessões de licenças aos técnicos, as dificuldades relativas ao número restrito de servidores nas unidades administrativas, bem como da ausência de elementos que garantam a contratação temporária de força de trabalho substituta, destacam-se como fatores que atuam em detrimento ao desenvolvimento profissional dos TAEs. Segundo os entrevistados, ao longo dos 14 anos de implantação do PCCTAE, fora relatado que os elementos de progressão na carreira têm impacto fortemente financeiro e pouco voltados aos interesses institucionais, haja vista a ausência de uma política institucional de desenvolvimento de pessoal que, se implantada, permita aos servidores e à administração superior, alinharem e pactuarem a necessidade de desenvolvimento, levando-se em conta não somente as necessidades individuais dos técnicos, mas também, o desenvolvimento de competências que estejam alinhadas com o alcance dos objetivos estratégicos da instituição.
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