Comportamento de consumo verde: uma análise dos consumidores de Campina Grande/PB

Resumo

Do ponto de vista teórico, existe um crescente interesse em compreender o comportamento do consumidor diante da perspectiva do consumo verde, e é nesse contexto que o presente estudo se insere, tendo por objetivo identificar a importância da questão ambiental no comportamento de consumo dos moradores de Campina Grande – Paraíba. Para tanto, a corrente pesquisa teve como principal suporte teórico o trabalho desenvolvido por Paço e Raposo (2010), que apresenta nove dimensões teóricas as quais fundamentam o consumo verde. Tal estudo segmenta consumidores que sejam mais adeptos ao consumo verde e apresenta características que os distinguem dos demais. Investigação de natureza quantitativa e de caráter descritivo, utilizou-se o levantamento do tipo survey com base no corte transversal (cross-sectional) para inferir resultados por meio de estatística descritiva dos dados, visando a mensuração de opiniões, hábitos e atitudes do público pesquisado, que correspondeu a consumidores dos gêneros feminino e masculino, maiores de 18 anos e residentes na cidade de Campina Grande (PB). A amostra empregada foi a não probabilística por conveniência, com adoção da técnica bola de neve, cujos participantes iniciais indicam novos participantes. Considerando um universo infinito, extraiu-se uma amostra de 400 respondentes, assegurando assim um nível de confiança de 95% e um erro máximo de 3%. As análises dos dados envolveram estatísticas descritivas e inferenciais (Análise Fatorial Confirmatória - AFC). Quanto aos resultados, de certo modo o perfil amostral aqui investigado adéqua-se para o estudo sobre consumo verde, dado que ele se aproxima dos resultados encontrados por Paço e Raposo (2010) sobre este quesito, especialmente quanto à idade (quanto mais jovem, mais sensível às questões ambientais), à renda (quanto menor à renda, maior a preocupação ambiental) e nível de instrução (quanto maior a escolaridade, maiores as atitudes para um comportamento de compra verde). Os achados indicam uma diminuição do número de variáveis e dimensões previstas por Paço e Raposo (2010), indicando que o nível de percepção sobre o consumo verde no estudo destes autores é ligeiramente diferente da amostra aqui investigada. Este fato reforça a contribuição do estudo, bem como a ideia de revalidação dos constructos teóricos sobre o comportamento do consumidor em cada contexto, dado que os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos moldam de maneira particular em cada população investigada, dificultando assim uma generalização plena da teoria proposta.