Ambientalismo Complexo-Multissetorial no Brasil: emergência e declínio na década de 1990?

Autores

  • Sergio Luis Boeira Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.6008/SPC2179-6858.2016.003.0014

Palavras-chave:

Ambientalismo Multissetorial, ambientalismo multissetorial, Complexidade, complexidade, Meio Ambiente, ecologia política, Ecologia Política

Resumo

Busca-se nesse ensaio teórico resgatar interpretações do conceito de ambientalismo complexo-multissetorial especialmente ao longo da década de 1990, por diversos autores, que utilizaram várias disciplinas, com diversos recursos de pesquisa, a fim de reconhecer a complexidade inerente ao fenômeno ao qual o conceito se refere. Ressalta-se como referência teórica a abordagem de complexidade de Edgar Morin, especialmente sua maior obra, em seis volumes (La Méthode). Trata-se de uma das mais ousadas abordagens epistemológicas elaboradas durante três décadas, entre o final do século XX e o início do século atual. Sustenta-se que a epistemologia da complexidade esteve desde o início na base do conceito de ambientalismo complexo-multissetorial. Este conceito surgiu como proposta original no Brasil no início da década de 1990 e permitiu a compreensão da complexidade do fenômeno ambientalista, que envolve muitos setores e classes sociais. O fenômeno ambientalista implica no surgimento de uma nova cultura, uma nova visão de mundo, uma nova forma de pensar a ciência. Conclui-se que, a partir de um enfoque predominantemente disciplinar, disjuntor-redutor, o fenômeno e o conceito emergiram e declinaram na década de 1990. Mas, sob o ponto de vista do pensamento complexo, tanto o fenômeno quanto o conceito são relevantes e continuam expandindo-se, lentamente, conforme avançam as pesquisas inter e transdisciplinares.

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Biografia do Autor

Sergio Luis Boeira, Universidade Federal de Santa Catarina

Sérgio Luís Boeira é doutor em ciências humanas pela UFSC. Fez o curso de comunicação social (PUC-RS; jornalismo), parte do curso de história (na UFRGS e na UFSC). Cursou - como bolsista do CNPq - o mestrado em ciências sociais (UFSC, área de concentração: sociologia) e o doutorado em ciências humanas (UFSC, área de concentração: sociedade e meio ambiente). Trabalhou na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), em cursos de graduação (Administração e Relações Internacionais) e pós-graduação stricto sensu (Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas e Programa de Pós-Graduação em Administração). Atualmente, trabalha na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Departamento de Ciências da Administração, incluindo o Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA - mestrado e doutorado). É professor no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (doutorado) da UFSC (PPGICH). Integrante da Comissão de Editores-chefe do Periódico Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas. Participa do Núcleo de Pesquisa Organizações, Racionalidade e Desenvolvimento (ORD). Coordenador do Laboratório de Estudos Transdisciplinares (LET), certificado pelo CNPq como Grupo de Pesquisa do PPGICH. Publicou 29 artigos em periódicos especializados e sete capítulos de livros. É autor do livro Atrás da Cortina de Fumaça - tabaco, tabagismo e meio ambiente: estratégias da indústria e dilemas da crítica; é organizador e coautor do livro Democracia & Políticas Públicas: diversidade temática dos estudos contemporâneos; é coautor do livro Estudos Interdisciplinares em Ciências Humanas. Pesquisa temas como paradigma da complexidade, inter e transdisciplinaridade; estudos organizacionais, métodos qualitativos de pesquisa, teoria da delimitação de sistemas sociais, administração pública, teoria das representações sociais, sustentabilidade (ecologia social e política), cooperativismo e economia solidária, além dos impactos socioambientais da indústria de tabaco. Prêmio Jabuti 2015: participou como autor de capítulo da coletânea Práticas da interdisciplinaridade no ensino e pesquisa (primeiro lugar na categoria educação e pedagogia). 

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Publicado

2016-11-30

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente