Utilização de fibra de coco seco e madeiras de paletes na estabilização de voçorocas

Autores

  • Mário Jorge Maia de Magalhães Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.6008/SPC2179-6858.2014.001.0014

Palavras-chave:

Bioengenharia de Solos, Estabilização de Talude, Controle da Erosão, Escoamento Superficial, Erosão Hídrica

Resumo

Este trabalho teve por objetivo a verificação da possibilidade de uso de materiais de baixo custo, como a fibra do coco seco e madeiras de paletes, na reabilitação e estabilidade de um talude erodido. O estudo foi desenvolvido em um talude de corte de uma jazida de saibro, da Formação Barreiras, em uma fazenda no município de São Cristóvão – SE. O talude possui 1.300m² e dois níveis de declividade: um com 26% (α=14º 30’) e outro com 100% (α= 45º). Na parte de menor declividade foram construídas 6 (seis) valas de drenagem com espaçamento de 6m entre si e declividade de 1,7% para a condução das águas pluviais no sentido, transversal ao declive. Na parte de maior declividade foi realizada uma remodelagem topográfica retirando as arestas das voçorocas e aterrando os talvegues com o material removido, dando um aspecto mais suave à encosta, quanto ao relevo. Corrigiu-se o solo com calcário dolomítico na razão de 1.300Kg/ha e fez-se uma adubação de cobertura com adubo granulado NPK 10-10-10 na dosagem de 435kg/ha. Foram instaladas nos talvegues das depressões do talude, 12 (doze) paliçadas de madeira (0,2m x 1,0m), oriundas do aproveitamento de paletes, e uma paliçada maior (1,60m x 0,50m), para auxiliar no controle do escoamento superficial e na estabilidade do talude da voçoroca maior. Procedeu-se em seguida a semeadura com sementes de capim braquiária (Brachiaria decumbens) (40Kg) e sementes da leguminosa Estilosantes (Stylosantes capitata e Stylosantes macrocephala) (1Kg) e a cobertura do solo (mulching) com fibra de coco seco por toda a superfície, em uma camada de 2,0cm de espessura. Após três meses da semeadura observou-se que as paliçadas contiveram o fluxo de água excedente, auxiliando na diminuição do carreamento de sedimentos. Observou-se que a fibra de coco proporcionou condições para o estabelecimento não somente das espécies plantadas, mas, inclusive para o desenvolvimento de outras espécies herbáceas e arbóreas. A fibra de coco, também, auxiliou na diminuição aparente do escoamento superficial diminuindo os riscos de erosão do talude. Após 12 meses pôde-se concluir que a fibra de coco pode ser utilizada com sucesso na recuperação de taludes degradados bem como a utilização de madeiras de paletes para a confecção de retentores de sedimentos mostra-se viável para este tipo de trabalho.

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Biografia do Autor

Mário Jorge Maia de Magalhães, Universidade Estadual de Campinas

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (1999) e mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Especialista em perícia, auditoria e gestão ambiental pela Faculdade Oswaldo Cruz (2009). Especialista em Engenharia de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (em andamento). Atualmente é consultor na área de viveiros florestais, recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas e perícia ambiental.

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Publicado

2014-01-31