Lodo de estação de tratamento de água como componente para germinação de mudas florestais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.001.0005

Palavras-chave:

Ipê, Eucalipto, Germinação, Amazônia, Fitorremediação

Resumo

As Estações de Tratamento de Água transformam a água bruta em água potável retirando as partículas indesejáveis através de processos físicos e químicos, gerando um lodo que pode ser altamente tóxico, com destinação incompatível com as diretrizes da Lei 12.305/2010, que prioriza a possibilidade de redução, reuso e reciclagem. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as os atributos químicos do lodo de ETA e o seu potencial na germinação de sementes de Handroanthus impetiginosus (Mart. Ex) Mattos e de Eucalyptus camaldulensis Dehnh sob diferentes concentrações no substrato. O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Federal de Rondônia, município de Rolim de Moura/RO no período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019. As características físico-químicas do lodo foram avaliadas por empresa particular e o cultivo das espécies das espécies de ipê e eucalipto foi realizado em bandejas de polietileno drenadas com concentrações crescentes de lodo de ETA de 0%; 15%; 30%; 45% e 60% completadas com proporções iguais de solo + areia grossa. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições cada. Diariamente, foi avaliada a porcentagem de germinação (G%) e após a estabilização da germinação, foram calculados o índice de velocidade de germinação (IVG), tempo médio de germinação (TMG) e velocidade média de germinação (VMG) das sementes. O lodo mostrou-se rico em nutrientes e matéria orgânica, o que pode contribuir com a aeração e retenção de água no substrato, favorecendo a germinação das sementes. Em todos os tratamentos com H. impetiginosus, houve germinação das sementes variando de 12,5% a 90,18%, onde as melhores porcentagens de germinação ocorreram nos tratamentos de maiores concentração de lodo de ETA. Considerando as médias de germinação de sementes, houve diferença significativa no tratamento com 45% de lodo que apresentou os melhores resultados (G% = 90,18%; IVG = 42,15; TMG = 4,40; VMG = 0,224 sementes.dias-1). Em relação ao E. camaldulensis, também houve germinação em todos os tratamentos, variando de 10,71% a 43,75%. Sendo a melhor porcentagem de germinação o tratamento com 15% de lodo (G% = 34,8%) e o tratamento T4 apresentou os melhores valores de IVG (9,32), TMG (4,72) e VMG (0,212 sementes.dias-1). O lodo de ETA apresenta elevadas concentrações de matéria orgânica, macro e micronutriente, portanto, pode contribuir na germinação e crescimento de mudas se for utilizado em concentrações de até 45% de lodo de ETA incorporado a solo e areia.

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Biografia do Autor

Geremias Dourado da Cunha, Universidade Federal de Rondônia

Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná (CEULJI/ULBRA) e em Química pelo Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologias campus Ji-Paraná. Pós graduado latu sensu em Gestão e Educação Ambiental pela Faculdade São Paulo (MULTIRON), Mestre em Ciências Ambientais (PGCA) pela Universidade Federal de Rondônia, campus Rolim de Moura/RO. Professor efetivo da rede pública de Ensino, ministrante de aulas nas disciplinas de Ciências, Química, Física e Biologia na E.E.E.F.M. Cel Jorge Teixeira de Oliveira, distrito de Nova Londrina, município de Ji-Paraná/RO., ministrou aulas como estagiário na disciplina de Química Geral e Analítica, nas turmas de Engenharia Florestal e Engenharia Agronômica na UNIR, sob supervisão do Doutor Rosalvo Stachiw e atualmente participa das atividades do Laboratório de Águas na referida instituição, como parte das atividades do curso de Mestrado. 

Rosalvo Stachiw, Universidade Federal de Rondônia

Possui Bacharelado em Química pela Universidade Federal de Mato Grosso (2001), atuou na indústria de alimentos em 2001/2002 no controle de qualidade, fez mestrado em ciências (química analítica/quimiometria) no CEFETPR (2004) e doutorado em ciências na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Tem experiências na área de Química Geral, Analítica, Orgânica, Inorgânica, Processos Químicos Agroindustriais, Química Ambiental, Química Verde, Tratamento de Água e Esgoto e Tratamento de Efluentes Industriais (líquidos, gasosos e sólidos) e Resíduos Sólidos Urbanos, atuando principalmente nos seguintes temas: Xisto, Recursos Hídricos, Biodiesel, Solos, Resíduos em geral. Atualmente é professor de química da UNIR - Universidade Federal de Rondônia nos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia, ministrando aulas de química geral, analítica e orgânica. É revisor e editor de revistas científicas e orientador do curso de mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da UNIR e do Mestrado em Agroecossistemas Ambientais da UNIR. Membro da Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos. Esteve envolvido em projetos financiados pela CAPES/FAPERO, CNPq, UNIR, PETROBRAS, UTFPR, ANA e SIDA. Atua em projetos de Extensão e Científicos. É coordenador do Laboratório de Análise de Águas. Autor de livros.

Kenia Michele de Quadros, Universidade Federal de Rondônia

É Engenheira Florestal, Doutora em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. É professora Adjunta na Fundação Universidade de Rondônia - UNIR atuando como docente no curso de Engenharia Florestal e Agronomia. Tem experiência em Ciências Florestais, atuando nas áreas de Silvicultura Tropical, Recuperação de Áreas Degradadas e Restauração Ecológica e na Produção de Mudas. Atualmente é Vice-Chefe do Departamento de Engenharia Florestal e Coordenadora do Laboratório de Recuperação de Ecossistemas Produção e Florestal ?REProFlor da Unir Campus Rolim de Moura.

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Publicado

2020-01-06

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