Avaliação das pescarias de bagre-branco (Genidens barbus) nos estados de São Paulo e Paraná, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.010.0007

Palavras-chave:

Ariidae, CPUE, Conservação Aquática, Planos de Recuperação, Recursos Pesqueiros

Resumo

A pesca de G. barbus é considerada uma das pescarias mais importantes do setor artesanal do sudeste e sul do Brasil. No entanto, os indivíduos desta espécie são considerados vulneráveis à extinção, devido à baixa fecundidade, a incubação do tipo oral realizada pelos machos, distribuição restrita em águas de rios ou estuários durante o período reprodutivo, e a sobrepesca. Em consequência desses fatores, houve queda no tamanho da população, e desde 2014, G. barbus foi incluído na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção, com sua captura proibida, exceto para pesca artesanal em São Paulo e Paraná, até 2022. No presente documento, foram analisadas as capturas de G. barbus nos estados de São Paulo e Paraná, com as informações obtidas pelo Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira (PMAP), no período de 2015 a 2019, usando como base as entrevistas junto aos pescadores nos pontos de desembarque e/ou em comunidades pesqueiras. O índice de abundância foi estimado através da CPUE (kg/hora). No total, foram analisados 63.962 registros de desembarques e os resultados apontaram que os desembarques e o índice de abundância de G. barbus ainda se mantêm estáveis no litoral do Paraná, enquanto houve tendência de queda, não significativa no Estado de São Paulo. Quanto ao setor industrial, os desembarques em São Paulo seguiram com tendência de crescimento anual, mesmo com a proibição de captura. Concluímos que, embora o Plano de Recuperação de Genidens barbus traga medidas importantes para a manutenção dos seus estoques, os resultados obtidos nesse estudo mostram que alguns aspectos do referido Plano não estão implementados, o que pode comprometer a recuperação do recurso pesqueiro.

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Biografia do Autor

Maria Carolina Las Casas e Novaes, Universidade Estadual Paulista

Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Ecologia, Evolução e Biodiversidade pela Unesp/RC (2021-2025). Graduada em Gestão Ambiental (2010) e Mestre em Biodiversidade de Ambientes Costeiros pela UNESP - Campus Litoral Paulista (2017-2019). Durante a sua pesquisa de mestrado, analisou a interação sócio ecológica da pesca do caranguejo-uçá - Ucides cordatus - nos manguezais do município de Cananeia (São Paulo, Brasil) coletando dados etnoecológicos com pescadores artesanais (bolsista CAPES com apoio financeiro da PROPG-UNESP). Possui especialização em Temas Transversais da Educação pelo Instituto Federal de São Paulo (2021 - 2023). Atualmente é colaboradora do projeto de extensão universitária "Projeto Ecossistemas Costeiros" (IB USP) desde 2012, promovendo atividades de educação ao ar livre e educomunicação socioambiental em escolas públicas do Estado de São Paulo em parceria com as Unidades de Conservação administradas pela Fundação Florestal. Em novembro de 2017, recebeu uma menção honrosa sobre a sua atuação em comunicação durante um evento promovido pela Universidade São Paulo (USP) e Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. É colaboradora do Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais da Universidade de Atibaia (CEPE/UNIFAAT), desenvolvendo pesquisas socioambientais na região. Tem experiência em docência no ensino superior e educação ambiental para o ensino fundamental e médio; educação em espaços não formais; crustáceos da fauna de manguezais e estuarinas; pesca artesanal e recursos pesqueiros; etnoecologia e conhecimento tradicional de comunidades costeiras; gestão e monitoramento de áreas protegidas; uso público e interação socioambiental; educomunicação socioambiental; pesquisas sociais; percepção ambiental e estudos de ecologia humana. Tem interesse por folclore e danças típicas brasileiras.

Mayra Jankowsky, Universidade Federal de São Carlos

Formada em Ciências Biológicas (CRBio 89016/01), com mestrado e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais na Universidade Federal de São Carlos. Participou da elaboração de Agenda 21 do município de Cananeia; adaptação do Guia Didático ?Os Maravilhosos Manguezais do Brasil? . Participou da elaboração do Plano de Utilização e de Manejo da Reserva Extrativista do Mandira e publicou juntamente com Marina Vianna o livro "Cozinha Caiçara: encontro de histórias e ambientes?. Esse livro foi o resultado da extensão do doutorado das duas pesquisadoras e foi premiado como ?Gourmand World Cookbook Award 2010 na categoria Best Local Cuisine Book?. Trabalhou como diretora do departamento de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca da Prefeitura Municipal da Estância de Cananeia, coordenando os conselhos municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural. Foi gestora do Parque Estadual Caverna do Diabo e APA dos Quilombos do Médio Ribeira, presidindo os Conselhos Gestores do PE Caverna do Diabo e APA Quilombos do Médio Ribeira. Responsável pelos programas de Pesquisa, Fiscalização, Uso Público e Educação Ambiental, Interação Socioambiental destas Unidades de Conservação. Responsável pela implantação e monitoramento do Plano de Manejo da Caverna do Diabo. Foi consultora PNUD pelo projeto Manguezais o Brasil na APACIP, articulando a Câmara Técnica de Pesca e compondo a equipe de elaboração do Plano de Manejo da APACIP. Participou do Projeto Subsídios para a recuperação ambiental e ordenamento dos usos da Ilha do Bom Abrigo/ Cananeia ? SP. Participou da elaboração do Diagnóstico e Prognóstico do Plano da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul. Foi colaboradora da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio, atuando como gerente do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no litoral do Paraná e membro das Câmaras Técnicas de Pesca da APACIP e APAMLS. Atualmente é pós-doutoranda pelo Instituto de Pesca colaborando com o Projeto de Caracterização Socioeconômica da Atividade Pesqueira e Aquícola na Bacia Hidrográfica do Rio Doce (MG/ES). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo participativo, recursos pesqueiros, pesca de pequena escala, resiliência e sistema-alimentar. 

Jocemar Tomasino Mendonça, Universidade Federal de São Carlos

Possui graduação em Oceanografia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1991), mestrado em Oceanografia (Oceanografia Biológica) pela Universidade de São Paulo (1998) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2007). Atualmente é pesquisador científico do Instituto de Pesca. Tem experiência na área de Oceanografia, com ênfase em Pesca, atuando principalmente nos seguintes temas: pesca, ecologia e gestão de recursos naturais.

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Publicado

2023-01-08