Balanço hídrico reconciliado como uma ferramenta para a gestão estratégica de recursos hídricos em uma indústria de agroquímicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.009.0020

Palavras-chave:

Produção mais limpa, Gestão ambiental, Uso racional da água, Conservação de recursos hídricos

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar estrategicamente a gestão da água em uma indústria do setor de agroquímicos, via construção de um balanço hídrico reconciliado (BHR). Para isto, foi utilizada a metodologia desenvolvida pela Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM/UFBA), e melhorias foram propostas para a indústria com uma abordagem de Produção mais Limpa (P+L). A construção do balanço hídrico foi feita a partir de visitas técnicas e levantamento de informações com operadores e engenheiros locais. O volume de controle foi escolhido como sendo toda área industrial, durante os meses de junho a outubro de 2020. Para a realização da reconciliação com a utilização da escala de qualidade de informação (QI), seguiu-se para a construção do diagrama de blocos e da planilha com os dados coletados de vazões de entrada e saída. Foram quantificadas noventa e oito (98) correntes aquosas, e a partir da reconciliação foi possível zerar a diferença entre as entradas e saídas de água na empresa como um todo e em cada bloco. Com os dados reconciliados foram propostos indicadores ambientais, entre eles a pegada hídrica (PH). Foram identificados os principais consumidores de água, sendo o uso da água como matéria-prima no processo produtivo responsável pelo consumo de 3,21 t/h; a limpeza e descontaminação das áreas industriais consumindo cerca de 0,96 t/h; e as torres de resfriamento com um consumo de 0,96 t/h de água. Devido a pouca confiabilidade, foram encontradas as principais correntes a serem observadas com maior atenção, como as correntes de efluentes enviadas para coprocessamento, classificadas como informação sem confiança (ISC) na escala QI. O valor de 0,62 m³ de água para cada tonelada de produto produzido foi encontrado, sendo cerca de 77% menor que a PH de empresas do setor químico brasileiro. Assim concluiu-se que a utilização do BHR foi de grande valia, possibilitando identificar os pontos de maior consumo e críticos na medição. Por meio das melhorias propostas para a empresa, calculou-se uma economia possível de água de 1,52 m³ por hora com utilização de água reciclada nos processos.

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Biografia do Autor

Pedro Eduardo Dias Barbosa, Universidade Federal de Lavras

Aluno de graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária da UFLA. Desde maio de 2015 até novembro de 2016 foi aluno de Atividade Vivencial e bolsista PIBITI/ CNPq no Departamento de Ciência do Solo da UFLA, atuando na área de geoquímica e pedologia ambiental.

Wesley Cardoso Costa, Universidade Federal de Lavras

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Federal de Lavras. Ex-bolsista CNPQ em projetos com ênfase em qualidade de água, tratamento de águas de abastecimento e residuárias domésticas (2019-2020), em tratamento e aproveitamento de resíduos (2015-2019) e Adequação Ambiental de Imóveis Rurais (2021). Participei de Núcleos de estudo como o Núcleo de Estudos em Geomática (NEGEO), Núcleo de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (NGA) e o Ufla Consulting Club. Excel Intermediário, conhecimento em Licenciamento Ambiental, Outorga e PGRS. Foco em Consultoria Ambiental. 

Paula Peixoto Assemany, Universidade Federal de Lavras

Professora adjunta do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Lavras desde 2019. Possui Doutorado em Engenharia Civil, área de concentração Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Viçosa (2017). Realizou doutorado sanduíche no Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal (LNEG), durante os anos de 2015-2016. Possui Mestrado em Engenharia Civil, área de concentração Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Viçosa (2013). Graduou-se em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (2010). Atua principalmente nos seguintes temas: microalgas como agentes de recuperação de recursos no saneamento ambiental, tratamento de águas residuárias via lagoas de alta taxa e valorização de subprodutos do tratamento de efluentes.

Juliano Curi de Siqueira, Universidade Federal de Lavras

Mestrando em Engenharia Ambiental com ênfase em Saneamento Ambiental e Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária (2018) pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). É representante discente no Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEAMB) da UFLA. Atua principalmente nas seguintes áreas: tratamento de águas residuárias agroindustriais e urbanas e recuperação de recursos no saneamento ambiental, com foco na recuperação energética renovável através da geração de biogás no tratamento anaeróbio de resíduos líquidos. Possui experiência com caracterização física e química de águas residuárias em laboratório. Coordenou, entre 2021 e 2022, equipe responsável por análises físicas e químicas em projeto de pesquisa sobre o monitoramento de SARS-CoV-2 em amostras de esgoto do município de Lavras-MG e do campus universitário da UFLA. Possui experiência com o software AutoCAD.

Camila Silva Franco, Universidade Federal de Lavras

Possui graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Doutora em Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), MG. Atualmente é Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Ambiental da UFLA. Tem experiência em saneamento básico nas esferas: Resíduos sólidos urbanos, tratamento de água e tratamento de efluentes.

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Publicado

2021-08-22

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