Wetlands construídos empregados no tratamento de esgoto sob o contexto do saneamento de baixo carbono
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.007.0035Palavras-chave:
Economia de baixo carbono, Saneamento, Tratamento de esgotos, Wetlands construídos, Gases de efeito estufaResumo
Os processos de tratamento de esgotos sanitários emitem, em maior ou menor grau, gases de efeito estufa. No Brasil, a expressiva maioria da população de municípios de pequeno e médio portes que é atendida pelos serviços de esgotamento sanitário têm seus esgotos tratados por processos anaeróbios, cujo potencial de geração de metano pode ser até 80 vezes superior àquele associado aos processos aeróbios. Diante da realidade demográfica, geográfica e socioeconômica das cidades brasileiras, e sob o contexto de transição para uma economia de baixo carbono, os wetlands construídos (WC) despontam como importante alternativa tecnológica de tratamento de esgotos para municípios de até 20.000 habitantes. À luz dos guias de inventário de efeito estufa do Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC, o presente estudo objetivou analisar, em termos de redução de emissões de metano, o impacto da inserção dos WC na matriz brasileira de tecnologias de tratamento de esgotos. Considerando a projeção de universalização dos serviços de saneamento, as emissões de metano provenientes do tratamento de esgotos sanitários foram estimadas para três diferentes cenários de matriz tecnológica, variando o grau de participação dos WC. O cenário controle representa a manutenção das práticas de tratamento de esgoto conduzidas atualmente, e foi considerado como linha de base para o cálculo das reduções de emissão de metano nos demais cenários avaliados. Os resultados indicaram que, ao reduzir percentualmente a participação dos processos anaeróbios, a incorporação dos WC na matriz de tecnologias de saneamento no Brasil poderia reduzir as emissões totais de metano provenientes do tratamento de esgotos sanitários em mais de 10%, valor que representa cerca de 867 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente que deixam de ser emitidas anualmente. Ao serem transformadas em créditos de carbono, esta redução representa uma receita média de cerca de 35 milhões de dólares ao ano.
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