Percepção da comunidade sobre a poluição por odores de um aterro sanitário na Amazônia Oriental Brasileira

Autores

  • José Guillermo Machuca Espíritu Universidade Federal do Pará
  • Breno Cesar De Oliveira Imbiriba Universidade Federal do Pará
  • Jade Rebeka De Souza Ramos Universidade Federal de Santa Maria
  • Luciano Louzada do Couto Universidade Federal do Pará
  • Thomas Adalbert Mitschein Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.005.0018

Palavras-chave:

Percepção da comunidade, Aterro sanitário, Intensidade do odor, Poluição por odor, Amazônia

Resumo

A poluição por odores do aterro é um componente dos poluentes que afetam o meio ambiente humano. Questões e reclamações de odores do aterro foram feitas por meio da mídia, reclamações oficiais e protestos de pessoas que moram perto da Central de Processamento e Tratamento de Resíduos (CPTR) Marituba ou comumente chamado aterro sanitário de Marituba. Este estudo tenta obter o feedback das pessoas que vivem perto do aterro sanitário; para isso foi conduzido um estudo por meio de um questionário aplicado aos moradores do entorno do aterro em um raio de 4 km do aterro. O estudo envolve uma pesquisa de percepção para determinar a influência do aterro sanitário no nível social, de saúde, bem-estar, influência do governo na problemática, percepção da qualidade do ar e desconforto. Os resultados dos questionários mostram que os riscos que a população percebe de viver próximo ao aterro de Marituba estão relacionados à sua saúde física e aos efeitos no ambiente físico e social. Os moradores estão insatisfeitos com a qualidade do ar devido a maus odores que causa a CPTR Marituba na área. No contexto da discussão sobre à autopercepção do impacto da CPTR Marituba, isso mostra que os odores e proximidade com o aterro, produz uma emoção negativa e de descontento na população. O estudo encontrou consenso de que o cheiro intenso do aterro de Marituba causa desconforto aos moradores assim como também é uma possível causa de doenças respiratórias. Além disso, a população atribui a presença de moscas como uma maior possibilidade de contrair uma doença gastrointestinal assim também como doenças transmitidas por vectores como Zika, dengue e chikungunya. Por outro lado, os resultados das entrevistas mostram que há uma variação temporária na qualidade do ar, sendo o cheiro pior no período noturno, depois de ter acontecido chuvas e na estação de inverno. Os resultados desta pesquisa devem ser levados em conta na definição de políticas públicas para a localização de novos aterros sanitários e na implementação de ações para mitigar o impacto negativo dos aterros existentes.

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Biografia do Autor

José Guillermo Machuca Espíritu, Universidade Federal do Pará

Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará (2019). Graduou-se em Enginheria Ambiental pela Universidad Autonoma Metropolitana Campus Azcapotzalco (2016) no México. Possui experiência na área de Engenheria Ambiental, com ênfase em tratamento de agua, Poluição do ar e Modelagem da dispersão de poluentes atmosféricos. Durante a pos-graduação, desenvolveu trabalhos com os seguintes temas: Estimativas de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) em Aterros Sanitários na Amazônia Oriental Brasileira, simulação da pluma gaussiana da dispersão do metano em aterros sanitários na Região Metropolitana de Belém assim como a percepção da comunidade sobre a poluição por odores em aterros sanitarios proximos.

Breno Cesar De Oliveira Imbiriba, Universidade Federal do Pará

Professor Adjunto da Universidade Federal do Pará. Possui Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Pará (1997), mestrado em Física pelo Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP (1999), na área de Teoria Quântica de Campos e Teoria de Cordas. Doutorado em Física (Ph.D. Physics) pela University of Maryland at College Park (2007), em que participou do desenvolvimento de simulações computacionais de colisão frontal de Buracos Negros no vácuo, utilizando técnicas de refinamento de malha adaptiva, assim como métodos perturbativos para a extração da radiação gravitacional resultante. Este trabalho foi realizado no Goddard Space Flight Center - NASA, em Greenbelt, MD. Foi Pesquisador pós-doutor da University of Maryland Baltimore County (2007-2010), no Joint Center of Earth Systems and Technology (JCET), investigando a questão da concentração de gases atmosféricos, em particular os de efeito estufa, especialmente o Dióxido de Carbono, através de sensoreameto remoto no infravermelho térmico usando os instrumentos AIRS, CrIS, e IASI, assim como estuda variações interanuais das propriedades atmosféricas e de superfície com tais instrumentos. Foi professor visitante da Universidade Federal do Pará (UFPA) - Belém/PA - no Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) nos anos de 2010 e 2011, onde atuou na área de Sensoriamento Remoto. Foi novamente Pesquisador Pós-Doutor da UMBC-JCET (2012-2014) atuando na área de sensoreamento remoto da atmosfera, tando troposférico (satélites) assim como Camada Limite (usando LIDARs para estimar aerosóis, nuvens, vento, e turbulência). Atualmente é Professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará, na Faculdade de Meteorologia. Foi membro do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais, e atualmente é membro do Programa de Pós-graduação em Gestão de Riscos e Desastres, onde continua sua pesquisa em Sensoreamento Remoto da Atmosfera e Solo. Também é associado ao Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento, da Reitoria da UFPA, onde realiza pesquisa de emissão de gases de aterros sanitários.

Jade Rebeka De Souza Ramos, Universidade Federal de Santa Maria

Mestranda em Meteorologia pela Universidade Federal de Santa Maria (2019). Graduou-se em Meteorologia pela Universidade Federal do Pará (2018). Possui experiência na área da Geociências, com ênfase em Micrometeorologia, Poluição do ar e Modelagem da dispersão de poluentes atmosféricos. Durante a graduação, desenvolveu trabalhos de iniciação científica com os seguintes temas: Estimativas e simulações do fluxo de metano e dióxido de carbono em Aterros Sanitários na Amazônia. Nesse período, adquiriu experiência no manuseio de câmaras de fluxo e sensores de gases atmosféricos, bem como na modelagem e análise de dados de sensores. Atualmente, trabalha com simulações e análises de dados dos modelos WRF e Spray, investigando a associação entre a entrada de Frentes de Brisa e concentrações elevadas de Ozônio, assim como os efeitos da frente de brisa na Camada Limite Atmosférica. Além disso, possui interesse em fluído dinâmica computacional, previsão do tempo e monitoramento da qualidade do ar.

Luciano Louzada do Couto, Universidade Federal do Pará

Experiência na área de Saneamento Ambiental; Monitoramento Ambiental; Planos Municipais de Saneamento Básico; Gestão e Gerenciamento em Resíduos Sólidos; Projetos de Saneamento para Comunidades Ribeirinhas; Estudos Ambientais; Outorgas para Uso dos Recursos Hídricos. No período de 2018 a 2020 atuando como Analista Ambiental da SEMMA de Curralinho/PA nos processos de Licenciamento Ambiental e Cadastro Ambiental Rural (CAR). Atualmente exercendo cargo de Diretor da Diretoria de Ordenamento, Educação e da Descentralização da Gestão Ambiental (DIORED), vinculado à SAGRA/SEMAS.

Thomas Adalbert Mitschein, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Germanística, Ciências Sociais e Pedagogia - Westfaelische Wilhelmsuniversitaet Muenster (WWUM) /Alemanha (1976) e doutorado em Sociologia, História da Econômia e Ciência Política WWUM (1980). Veio em novembro de 1980 para o Brasil através do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico. Assumindo a coordenação da Casa de Estudos Germânicos da Universidade Federaldo Pará. Desde 1987, pesquisador e docente em diversas instituições técnico-científicas da Amazônia. Foi idealizador e coordenador do POEMA (Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia) uma iniciativa interdisciplinar e interinstitucional da Universidade Federal do Pará, dedicado à implementação de vias de desenvolvimento sustentável em áreas rurais e urbanas na Bacia Amazônica, envolvendo o Brasil, o Equador, a Colômbia a Bolívia e a Venezuela. Atualmente, as suas prioridades de pesquisa são "Serviços Ambientais em Territórios de Populações Tradicionais da Amazônia, a Questão Urbana no Contexto Amazônico e os Desafios da Educação Profissionalizante no Estado do Pará. Ensina no PPGEDAM do NUMA da UFPa.

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Publicado

2021-03-28

Edição

Seção

Meteorologia, Climatologia e Mudanças Climáticas