A estrutura de capital das empresas de pequeno porte do APL de confecções de Pernambuco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2022.001.0002

Palavras-chave:

Estrutura de Capital, Empresas de Pequeno Porte, Arranjo Produtivo Local

Resumo

O objetivo do trabalho foi identificar a estrutura de capital adotada pelas micro, pequenas e médias empresas que compõem o Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções do Agreste de Pernambuco, pois a maioria dos estudos desenvolvidos foram baseados na realidade de grandes corporações, negligenciado o estudo no âmbito das empresas de menor porte. A pesquisa caracteriza-se como descritiva e foi realizada em 25 empresas dos setores têxtil, de confecções e de lavanderias localizadas nos municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz. A coleta e análise de dados ocorreu através da aplicação de um questionário estruturado e sistematizado por meio de estatística descritiva. Os resultados, inicialmente, buscaram determinar o perfil dos respondentes, priorizando os proprietários como fonte confiável de dados financeiros. Observou-se que a maioria dos respondentes não valorizam o conhecimento acadêmico, considerando que a experiência deve nortear suas decisões. Ademais, concernente aos achados sobre a estrutura de capital das empresas pesquisadas, no início das suas atividades 92% informaram que utilizaram apenas capital próprio. As restrições enfrentadas pelas pequenas empresas ocorrem antes mesmo do início das suas atividades. Já inseridas no mercado, quando necessitam de capital, 84% das empresas recorrem primeiro a lucros retidos. Essa preferência pelo autofinanciamento pode ocorrer pela necessidade que os proprietários têm em manter o controle da empresa, mas também, por causa das dificuldades que as pequenas empresas têm em acessar fontes externas, devido à assimetria informacional. Porém, quando os recursos internos são insuficientes às empresas apontaram recorrer ao financiamento externo. Das empresas, 64% utilizam empréstimos bancários de curto prazo como primeira opção, seguido de amigos e familiares (20%) e, por último, aumento de capital próprio (4%). Essa hierarquia de recursos aponta indícios que a teoria de Pecking Order pode melhor explicar o comportamento dessas empresas. Entretanto, foi possível observar também que em 16% das empresas foi identificado uma busca pelo equilíbrio entre capital próprio e capital de terceiros, mesmo que não seja uma busca pelo nível ótimo de endividamento. Essas empresas buscam sempre ter capital de terceiros na estrutura capital. Esse comportamento aponta indícios que a teoria de Trade-Off também pode explicar, de forma adaptada, o comportamento dessas empresas.

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Biografia do Autor

Raquel Souza Ramos, Universidade Federal de Pernambuco

Doutoranda em Administração pelo Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco. Professora Substituta do Núcleo de Gestão do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (CAA/UFPE). Mestre em Administração pelo Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco (2014-2016). Graduada em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco/ Centro Acadêmico do Agreste. Interesses de Pesquisa: Administração, com ênfase em Administração Financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: governança corporativa, estrutura de capital, capital de giro e pequenas empresas. 

Joséte Florêncio dos Santos, Universidade Federal de Pernambuco

Atualmente é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão - PROPAD da UFPE, onde atuou como vice-coordenadora entre 2018-2021. Foi Coordenadora do Mestrado Profissional em Gestão (MPA / UFPE) entre 2017 e 2020. Atualmente é membro do Conselho Fiscal da ANPAD, desde 07/2021 e atua como um dos líderes do Tema 1 - Finanças Corporativas da ANPAD desde 2021, onde também participou do Comitê Científico de Finanças de 2018 a 2020. Também é membro suplente do Conselho Fiscal da Sociedade Brasileira de Finanças (SBFin). Membro do Comitê Interno do PIBIC / UFPE / CNPq desde 2012. Graduada em Engenharia Elétrica (modalidade Eletrônica) (1983) e em Administração (1995) pela Universidade Federal de Pernambuco; Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (1998) e doutora em Administração (Finanças) pela COPPEAD / UFRJ (2005). Atua como Professor Associado 4 no Departamento de Ciências da Administração da Universidade Federal de Pernambuco. As experiências profissionais são na área de Gestão, com ênfase em Gestão Financeira, atuando academicamente nos seguintes temas: governança corporativa, estrutura de capital, desempenho, cooperativas de crédito e ESG.

Alana Héllen Costa e Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Simpática, determinada e sempre querendo atingir os objetivos, adquirir e compartilhar conhecimento

Moisés Araújo Almeida, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal da Paraíba, mestrado e doutorado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professor Associado da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência de ensino em cursos de graduação em Administração, Ciências Contábeis e Secretariado. Trabalha com pesquisas nas áreas de Administração e Ciências Contábeis, atuando principalmente com Finanças Empresariais e Governança Corporativa.

Publicado

2022-05-18