Humanos e palmeiras: uma revisão sistemática acerca dos usos de Arecaceae na Amazônia brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2021.011.0024

Palavras-chave:

Conhecimento local, Etnobotânica, Sociobiodiversidade, Uso de recursos naturais

Resumo

Diversos estudos evidenciam os usos da família botânica Arecaceae pelos humanos na Amazônia brasileira, assim, uma revisão abrangente que revele aspectos relacionados à produção científica acerca dos usos das palmeiras na região é o objetivo deste artigo. Em revisão sistemática, a partir das plataformas Web of Science, SciELO Citation Index e Catálogo de Teses e Dissertações – Capes, selecionou-se 37 estudos. Publicados entre 1992 e 2021, com concentração entre 2014 e 2017, os estudos foram conduzidos, sobretudo, nos estados do Amazonas e Pará, em áreas rurais, protegidas ou não. ‘Comunidades’ e ‘ribeirinhos’ foram os grupos sociais com maior quantidade de estudos realizados. Há tendência das pesquisas se concentrarem em categorias de uso das plantas, com destaque para usos medicinais, apesar de que a categoria ‘alimentação’ teve a maior quantidade de espécies citadas. Das 41 espécies identificadas nos estudos, Cocos nucifera, Euterpe precatoria e E. oleracea foram as mais frequentes e Astrocaryum aculeatum, C. nucifera e E. precatoria, as que obtiveram o maior número de categorias de uso identificadas. C. nucifera e E. precatoria se destacam como as palmeiras mais amplamente utilizadas, em termos geográficos e socioculturais. Há lacunas no conhecimento sobre interações entre humanos e palmeiras, como usos para fins ornamentais e tecnológicos, se sanadas, tem potencial para auxiliar na conservação da sociobiodiversidade na Amazônia brasileira.

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Biografia do Autor

Ana Carolina Vitorio Arantes, Universidade Federal do Oeste do Pará

Doutoranda em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Oeste do Pará, mestra em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (2016) e bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2013). Tenho experiências em projetos de pesquisa e de extensão e consultorias relacionadas ao campo dos estudos socioambientais, com enfoque nos temas: saberes ambientais e comunidades tradicionais, gestão e governança territorial, conflitos ambientais e estudos multiespécies. 

Veridiana Barreto do Nascimento, Universidade Federal do Oeste do Pará

Doutoranda na Universidade Federal do Oeste do Pará (2019), Mestre em ciências da saúde pelo Programa de Enfermagem da Universidade de São Paulo-USP, especialista em Saúde e Segurança no trabalho, com graduação em Enfermagem. Experiência nas seguintes áreas: Saúde Coletiva dentro da atenção básica em regiões quilombolas do Alto Trombetas no município de Oriximiná com capacitações para promotores voluntários de saúde, capacitações para jovens e adultos (agente comunitário de saúde, auxiliar de segurança e saúde no trabalho, auxiliar de consultório odontológico e atendente de farmácia) e assistência a saúde; Saúde Hospitalar como docente do ensino superior nos campos práticos de saúde da criança, urgência e emergência, clínica cirúrgica e centro cirúrgico; e em Saúde e Segurança no trabalho com treinamento de primeiros socorros, higiene e segurança ocupacional. Linhas de interesse: Atenção Primária, populações tradicionais-Quilombolas, Saúde do Trabalhador, Vulnerabilidades com eixo na atenção primária.

Luciana Gonçalves de Carvalho, Universidade Federal do Oeste do Pará

Doutora em Ciências Humanas-Antropologia (PPGSA/UFRJ, 2005). Professora Associada na Universidade Federal do Oeste do Pará, atuando nos cursos de graduação em Antropologia, mestrado em Ciências da Sociedade e doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (Ciências Ambientais). Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFPA. Líder do Grupo de Pesquisa Diversidade Cultural, Território e Novos Direitos na Amazônia, com pesquisas em andamento sobre​ direitos coletivos e conflitos socioambientais em comunidades rurais, ribeirinhas e extrativistas afetadas por projetos de desenvolvimento e Unidades de Conservação. Coordena o Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia (Proext//MEC) desde 2010, com atuação na região da Calha Norte. De 2001 a 2010 atuou como pesquisadora e gestora de diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento no campo do patrimônio cultural brasileiro, no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan e na Superintendência do Iphan no Pará. É autora de publicações sobre patrimônio cultural imaterial, cultura popular, memória, trabalho e conhecimentos tradicionais em comunidades amazônicas, bem como de relatórios técnicos, laudos e outros estudos antropológicos em processos de regularização fundiária, disputa territorial e conflito socioambiental.

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Publicado

2021-12-18