Comparação de diferentes indicadores da comunidade biológica no reservatório de Volta Grande, Rio Grande – MG/SP

Autores

  • Gizele Cristina Teixeira de Souza Universidade Federal de Ouro Preto
  • Marcela David de Carvalho Universidade Federal de Minas Gerais
  • Sofia Luiza Brito Universidade Federal de Minas Gerais
  • Vera Lúcia de Miranda Guarda Universidade Federal de Ouro Preto

DOI:

https://doi.org/10.6008/SPC2179-6858.2017.003.0006

Palavras-chave:

Bioindicadores, Índice de Qualidade de Água, Plâncton, Zoobentos, Reservatórios

Resumo

Os diversos componentes da biota reagem com maior ou menor sensibilidade aos diferentes tipos de impacto antropogênico, de forma que demonstram de maneira mais realista, a verdadeira situação dos corpos d’ água. Contudo, basear-se em apenas uma comunidade muitas vezes não é suficiente para caracterizar o ambiente como um todo, pois o resultado será de acordo com as particularidades da mesma. O objetivo deste trabalho foi comparar indicadores da comunidade biológica no reservatório de Volta Grande, Rio Grande MG/SP e suas implicações na avaliação da qualidade da água. No período de abril de 2013 a maio de 2015, nove campanhas de amostragem foram realizadas, em três transectos com três pontos cada. Em cada ponto coletado, foram amostrados parâmetros físico-químicos além das comunidades fito, zooplanctônica e bentônica. Foram calculados os principais índices de qualidade de água e bióticos, sendo os mesmos correlacionados entre si. Considerando Índice de Estado Trófico, a maioria dos valores calculados ocorre abaixo de 47, limite superior para ultraoligotrofia, com exceção do ponto 4A que apresentou valores de oligotrofia. Considerando a comunidade fitoplanctônica, os fitoflagelados da classe Cryptophyceae foram os que mais contribuíram para a densidade, seguidos pelas classes Bacillariophyceae e Chlorophyceae. De acordo com o Coeficiente Múltiplo, as espécies associadas a ambientes enriquecidos, indicaram o ambiente como eutrofizado. Para a comunidade zooplanctônica, razão Calanoida/Cyclopoida classificou a maioria das amostras do transecto 5 como oligotróficas. Para os transectos 3 e 4, os valores observados geralmente estiveram abaixo de 1, classificando estes trechos como meso-eutróficos.O índice BMWP apresentou valores entre 1 e 29 para os organismos bentônicos do reservatório de Volta Grande, classificando os pontos como ruim ou muito ruim. Dentre todas as correlações entre os índices de qualidade de água e bióticos, apenas aquela entre a razão Calanoida/Cyclopoida e o BMWP/Minas foi significativa, ainda que o coeficiente seja baixo (-0,3476). A correlação entre índices de qualidade de água deve ser examinada com cautela, pois dependendo da faixa de variação de suas classificações, a pontuação baixa pode indicar boa qualidade de água (como IET, Coeficiente Múltiplo e razão Calanoida/Cyclopoida) ou má qualidade (no caso do BMWP). Apesar dos parâmetros físico-químicos classificarem o reservatório de Volta Grande com boa qualidade, as comunidades biológicas retratam o ambiente como impactado. A comparação de indicadores da comunidade biológica no reservatório de Volta Grande, permitiu concluir que a aplicação desses índices em conjunto traz um resultado com maior grau de assertividade, uma vez que a boa qualidade físico-química da água não reflete a degradação das comunidades biológicas.

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Biografia do Autor

Gizele Cristina Teixeira de Souza, Universidade Federal de Ouro Preto

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas, tem experiência em coleta e triagem de organismos bentônicos. Atualmente participa como bolsista do Projeto de Pesquisa, Controle da Qualidade das águas e revitalização do Rio Grande - GT 486 CEMIG/HIDROEX e está cursando mestrado em Sustentabilidade Socioeconomica ambiental - Universidade Federal de Ouro Preto. Atua em Limnologia, Ecologia de Macroninvertebrados Bentônicos e Educação Ambiental.

Marcela David de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998), com especialização em Meio Ambiente pela Escola de Engenharia da UFMG (2001). Coordenadora do núcleo de gestão da qualidade da água da Cemig Geração e Transmissão, que tem entre as suas atribuições promover a gestão da qualidade da água dos reservatórios da Cemig estabelecendo estratégias para as áreas de operação e manutenção de ativos da empresa. Atualmente gerencia 11 projetos de pesquisa e desenvolvimento executados por diversas instituições de pesquisa no país.

Sofia Luiza Brito, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui Bacharelado em Ciências Biológicas/UFMG (2002), Mestrado (2005) e Doutorado (2010) em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre/UFMG. Tem experiência na área de Limnologia, com ênfase em Ecologia do Zooplâncton, Ecologia de Reservatórios, atuando também em Educação Ambiental. Trabalhou como Pesquisadora e Capacitadora na Fundação UNESCO-HIDROEX sediada em Frutal - MG (2010-2015). Foi Professora Designada da UEMG Campus Frutal (2010-2014). Coordenou o P&D 486 Cemig - Projeto de Pesquisa, Controle da Qualidade das Águas e Revitalização do Rio Grande (2013-2016). Foi Professora Designada da UEMG Campus João Monlevade (3/2017-10/2017). Atualmente é Professora de Ensino Superior Nível VI Grau A da UEMG Campus Ubá.

Vera Lúcia de Miranda Guarda, Universidade Federal de Ouro Preto

Farmacêutica Industrial graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto (1985), mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1991) e doutora em Ciências Farmacêuticas - Université de Grenoble I (Scientifique Et Medicale - Joseph Fourier) (1998). Atualmente é professora associada IVdo Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Síntese de Fármacos e Controle de Qualidade de Medicamentos, atuando principalmente nos seguintes temas: síntese de derivados de 2H-1,4-benzotiazinonas, caracterização estrutural, atividades farmacológicas e validação de metodologias analíticas. Realiza pesquisas nas áreas de fitoremediação utilizando cianobactérias e macrófitas e na validação de metodologias analíticas para controle de água potável. Desde 2006, coordena a Cátedra UNESCO: Água, mulheres e desenvolvimento e representa o Brasil no GT - Água e Gênero do PHI - LAC da UNESCO. Especialista em Empreendedorismo e Inovaçâo. Atualmente é Coordenadora do NuCát - Núcleo da Cátedra UNESCO- água, mulheres e desenvolvimento estabelecido pela Resolução CEPE- UFOP - 7420 de 16/02/2012. 

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Publicado

2017-05-17