Hidrelétricas nos rios formadores do pantanal: ameaças à conservação e às relações socioambientais e econômicas pantaneiras tradicionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2018.001.0009

Palavras-chave:

Impactos Socioambientais, Hidrelétricas, Pantanal

Resumo

O estudo analisa e questiona a implantação de usinas hidrelétricas no planalto circundante à planície pantaneira. Foram identificados 165 empreendimentos, dentre os que estão em operação (45), outorgados (11), eixo disponível (56), Plano Básico Ambiental aceito (47) e com registro (02), além de empreendimentos suspensos (02) e revogados (02). Desse montante, 116 empreendimentos estão em processo de análise, em especial no Mato Grosso, responsável pela maior parte da água que supre todo o sistema da Bacia do Alto Paraguai/Pantanal mato-grossense. Observa-se que, para a implantação dos empreendimentos, inexiste planejamento na bacia hidrográfica no tocante à questão ecológica, às populações pré-existentes e suas atividades socioeconômicas. Do total de 169 empreendimentos, a maioria é de pequenas centrais hidrelétricas, muitas em um mesmo rio. Há apreensão na sociedade civil e na comunidade científica, pois os gestores públicos privilegiam a atividade de geração de energia hidrelétrica, alegando a crescente demanda do país, favorecendo o setor elétrico em detrimento da existência dos demais usos preponderantes e tradicionais da região que possuem como economia a pesca profissional-artesanal e a de subsistência, o turismo – em suas várias vertentes (ecológico, de pesca, cultural, rural, de base comunitária, de aventura etc.) e a pecuária tradicional, práticas que convivem com o equilíbrio ambiental do bioma quanto ao seu funcionamento hidro ecológico e dele usufruem. Tais atividades são as principais responsáveis pela geração de emprego e renda na região, além da pesca garantir a segurança alimentar das populações tradicionais. Conclui-se que a implantação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) trará agravos e implicações socioambientais a um ambiente frágil e de elevada importância social e sua preservação deve ser garantida pela legislação. Propõe-se diálogo e alternativas ao modelo de desenvolvimento de exploração energética.

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Biografia do Autor

Débora Fernandes Calheiros, Universidade Federal de Mato Grosso

Bióloga pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP, São Paulo – SP), Mestre na Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Hidráulica e Saneamento (USP, São Carlos – SP) e Doutora em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Laboratório de Ecologia Isotópica (CENA-USP, Piracicaba – SP). É pesquisadora da Embrapa Pantanal cedida à Universidade Federal de Mato Grosso – ISC/NEAST/UFMT como Pesquisadora Associada

Solange Ikeda Castrillon, Universidade do Estado de Mato Grosso

Bióloga, Mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2000) e doutorado pela Universidade Federal de São Carlos em Ciências. Professora do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT. Faz parte do grupo de pesquisa Conceitos Ecológicos e Etnoecológicos Aplicados a Conservação da Água e da Biodiversidade do Pantanal e do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA).

Aumeri Carlos Bampi, Universidade do Estado de Mato Grosso

[1]  Doutor em Filosofia e Ciências da Educação pela USC, Espanha. Docente da licenciatura em Pedagogia e dos Programas de pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e Geografia (PPGEO) da Universidade do Estado de Mato Grosso. Av. dos Ingás, 3001. Campus de Sinop,  Sinop/MT, Brasil  Currículo:  http://lattes.cnpq.br/4800812434410023

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Publicado

2018-05-25

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