Qualidade da água e florações de cianobactérias na Bacia Hidrográfica dos Rios Piancó-Piranhas-Açu, Região semiárida do Nordeste brasileiro: relações com a educação para a sustentabilidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.003.0027

Palavras-chave:

Eutrofização, Índice de qualidade de água, Poluição pontual, Precipitação, Reservatórios do semiárido

Resumo

Nas últimas décadas tem-se dado maior destaque aos ambientes aquáticos, em função desses ecossistemas estarem associados aos indicadores que determinam os índices de sustentabilidade, cujos impactos ambientais com potencial risco à saúde humana da região semiárida do RN tem sido frequentemente observados. Este estudo objetivou avaliar a densidade de cianobactérias e os índices que inferem qualidade à água na Bacia Hidrográfica Piancó-Piranhas-Açu, assim como identificar os fatores de maior influência sobre a ocorrência da floração desses organismos aquáticos. O delineamento amostral se constituiu de 12 coletas em diferentes períodos sazonais de 2009 até 2016, realizadas pelo Programa Água Azul em 6 pontos ao longo da bacia. Foram utilizadas variáveis ambientais para analisar o Índice de Qualidade de Água (IQA), Índice de Estado Trófico (IET) e Densidade de Cianobactérias (DC). No IQA a média encontrada indicou um estado de água ‘Média’ para os pontos PPA3 e PPA4, enquanto que PPA1, PPA2, PPA5 e PPA6 resultou em ‘Bom’. Quanto ao IET, os níveis indicaram médio grau de eutrofização (mesotrofia) em três pontos amostrais, alto grau de eutrofização (eutrofia) em dois pontos e baixo grau de eutrofização (oligotrofia) em um ponto. Nesse sentido, atividades antrópicas no entorno do manancial, em especial as fontes poluidoras difusas, pareceram contribuir para o agravamento desses cenários. A densidade de cianobactérias potencialmente tóxicas se apresentou elevada, ultrapassando a Resolução CONAMA 357/2005 que preconiza um valor máximo de 50.000 cél/mL, bem como a Portaria do Ministério da Saúde 2914/2011 que sinaliza 20.000 cél./mL como valor limite. No tocante à correlação entre a DC e a sazonalidade, em termos gerais, obtivemos influência significativa (p < 0,05), com a maior proliferação desses organismos estando diretamente relacionada aos períodos de estiagem. Concluímos que apesar do IQA indicar que as águas dos açudes são próprias aos usos múltiplos, o IET apresentou limitações, considerando as excessivas produtividades primárias associadas à presença de cianobactérias e, portanto, potencialmente à ocorrência de cianotoxinas, oriundas de cargas poluidoras. Por meio do estudo apresentado, entende-se que a adoção de práticas de educação para a sustentabilidade auxiliaria no tocante a preservação do meio e desenvolvimento social local, bem como políticas públicas prioritárias eficazes na mitigação da poluição hídrica.

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Biografia do Autor

Carmem Sara Pinheiro de Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Especialista em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Especialista em Docência com Ênfase em Educação Básica e Educação Inclusiva pelo Instituto Federal Minas Gerais (IFMG), Mestra em Aquicultura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA - pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui experiência na área de Aquicultura com ênfase na Limnologia e Carcinocultura. Atualmente trabalha com análises de parâmetros físicos, químicos e biológicos para a qualidade de água e educação para a sustentabilidade.

Aleson da Silva Fonseca, Universidade Estadual Paulista

Graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2017). Especializações em Gestão Ambiental / Educação Ambiental e Geografia do Semiárido, ambas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN (2018-2021, respectivamente). Mestrado realizado no Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFRN), atuou na linha de pesquisa: Relações sociedade-natureza e sustentabilidade. Atualmente é Doutorando em Educação para a Ciência na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), com atuação na linha de pesquisa: Ciência, Tecnologia, Ambiente e Desenvolvimento Humano. Exerce a função de Professor efetivo da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Norte (SEEC/RN), como docente de Ciências Biológicas, na Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental e Médio Professor Francisco Silva do Nascimento. Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Subprojeto PIBID Biologia/UFRN/CAPES). Integra os Grupos de Pesquisas: Educação em Biologia - UFRN; Trabalha com desenvolvimento de estratégias didáticas para o ensino de biologia; e no Grupo de Ecologia e Microbiologia de Ecossistemas aquáticos. Tema de interesse nas pesquisas acadêmicas: Educação em Ciência com ênfase na abordagem de Questões Sociocientíficas no campo de estudo CTSA; Estratégias de ensino e aprendizagem em Ciências e Biologia; Elaboração e validação de unidades de ensino; Formação de professores; Educação Ambiental.

Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1987, licenciatura; 1988 bacharelado), Especialização em Microbiologia (1995, UFRN), Mestrado em Bioecologia Aquática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2004). Desenvolveu pós doutoramento na Universidade de Coimbra (2012-2013). É professora associado IV da Universidade Federal do Rio Grande do Norte atuando no ensino presencial e a distância. Tem experiência na área de Microbiologia ambiental, com ênfase em Ecologia de Microrganismos aquáticos, principalmente em ecossistemas aquáticos do semi-árido norteriograndense. Em uma segunda linha de trabalho e orientação de alunos de pós-graduação, desenvolve pesquisas sobre o Ensino de Biologia, notadamente sobre as dificuldades de aprendizagem e concepções alternativas de professores e alunos do ensino básico em conteúdos biológicos e sustentabilidade. Desenvolve trabalhos de divulgação científica e educação para a sustentabilidade.

Publicado

2022-07-02

Edição

Seção

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Meio Ambiente