Efeito de sombreamento na região de esteiras de uma torre micrometeorológica tipo plataforma na Floresta Amazônica

Autores

  • Rardiles Branches Ferreira Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Antônio Marcos Delfino de Andrade Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Raoni Aquino Silva de Santana Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Raphael Pablo Tapajós Silva Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Rodrigo da Silva Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Júlio Tóta da Silva Universidade Federal do Oeste do Pará

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2022.001.0028

Palavras-chave:

Efeito de sombreamento, ECT, Terrenos complexos, Critério de estabilidade

Resumo

O efeito de sombreamento é a deformação do escoamento provocado por um obstáculo e a sua principal característica é a atenuação do escoamento na região do obstáculo oposta ao escoamento. As torres micrometeorológicas na região amazônica são obstáculos ao escoamento do vento e nenhum estudo sobre esse efeito físico na região amazônica foi realizado. Os dados oriundos da região de esteiras são descartados devido as distorções provocadas pela deformação do escoamento. Esse trabalho analisou 1 semana de dados de 10Hz de um anemômetro sônico na região de esteiras da torre plataforma de 81 metros do projeto ATTO na Amazônia central. A energia cinética turbulenta (ECT) foi avaliada em consonância com o critério de estabilidade de Monin-Obukhov durante o periodo diurno e noturno. Durante o dia, a ECT apresentou dependência do vento média e varia de 17.79+1.82 m2.s-2 na direção predominante do vento a 1.17­+0.07 m2.s-2 na região de esteiras (270°+30°), enquanto no periodo diurno para U abaixo de 4.5 m.s-1 a ECT apresentou independência de U e picos na região de esteiras semelhantes aos encontrados na região de predominancia do vento. A atenuação na ECT durante o dia em regime quase-neutro e fracamente instável, e os picos na região de esteiras sob regime quase-neutro são indícios da região de sombreamento. A porcentagem de dados durante a semana na região de sombreamento é de 11% durante o período noturno e 0.8% durante o período diurno, mas devido a variabilidade da direção do vento no ATTO durante o ano, é factível que essas porcentagens sejam maiores em outros períodos do ano.

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Biografia do Autor

Rardiles Branches Ferreira, Universidade Federal do Oeste do Pará

Graduado em Ciência e tecnologia pelo Instituto de Engenharia e Geociências -IEG da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA e mestre em Ciências Ambientais no Programa de Pós Graduação em Recursos Naturais da Amazônia -PPGRNA. Atualmente desenvolve pesquisa no campo observacional sobre o efeito de sombreamento de anemômetros sônicos na região de esteiras de torres micrometeorológicas em florestas altas. 

Antônio Marcos Delfino de Andrade, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui graduação em METEOROLOGIA pela Universidade Federal de Alagoas (2008), Mestrado em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (2011) e Doutorado Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2016). Atuou como bolsista FDB/INPA do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, nos Experimentos de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia - LBA. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Micrometeorologia. Atualmente é professor substituto do curso de Ciências Atmosféricas (CA), pertencente ao Instituto de Engenharia de Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Raoni Aquino Silva de Santana, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui graduação em Física pela Universidade Federal do Pará (2010) e detêm o título de mestre (2013) e doutor (2017) em Clima e Ambiente, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). É professor da Universidade Federal do Oeste do Pará e desenvolve pesquisa nos seguintes temas: Camada Limite Atmosférica; Turbulência na interface floresta atmosfera e na interface ar água.

Raphael Pablo Tapajós Silva, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui graduação em Licenciatura Plena em Física pela Universidade Federal do Pará, Santarém (2009), mestrado (2012) e doutorado (2017) em Ciências pela Universidade Federal do Oeste do Pará, com período sanduíche na State University of New York (2016) pelo programa Pesquisador Visistante Especial (PPVE's-CAPES). Atualmente é professor Adjunto do curso de Ciências Atmosféricas na Universidade Federal do Oeste do Pará.

Rodrigo da Silva, Universidade Federal do Oeste do Pará

Possui Licenciatura Plena em Física pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (1997), Mestrado (2000) e Doutorado (2006) em Física também pela UFSM. Seu doutoramento foi realizado em cooperação com a State University of New York (SUNY) dentro do Programa LBA. Em 2005 mudou-se para Amazônia para realizar a coordenação técnica-cientifica dos sítios experimentais do Programa LBA e coordenar o Setor de Treinamento e Educação do LBA em Santarém. Em 2006 tornou-se Professor Adjunto da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Santarém, PA. Fez parte da equipe que elaborou e implementou o Curso de Graduação de Física Ambiental Licenciatura Plena. Em 2007 fez parte da comissão que elaborou a proposta do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia (PPG-RNA), aprovado pela CAPES em 2008. Em 2008 fez parte da comissão que elaborou o projeto de criação da Universidade Federal do Oeste do Pará. De 2009 a 2011 assumiu a Coordenação Regional do Programa LBA em Santarém. De 2010 a 2015 foi membro do Comitê Cientifico Internacional do Programa LBA. De 2010 a 2011 foi Diretor de Pós-Graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará. Em 2011 foi eleito Membro Afiliado da Academia Brasileira de Ciência para o quinquênio 2011-2015. Em 2011 fez parte da comissão que elaborou o projeto do Programa de Pós-Graduação Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPG-SND)? Curso de Doutorado, aprovado pela CAPES em 2012. Foi Coordenador Adjunto do PPG-SND até 2015. Em 2012 e 2014 foi Coordenador do Programa de Graduação em Ciências da Terra (PCdT) da UFOPA. Desenvolve pesquisa em parceria com grupos nacionais da: UFSM, UFPA, MPEG, INPA, INPE, UEA, USP/CENA/ESALQ, UNICAMP e EMBRAPA; e com grupos estrangeiros da: State University of New York (S.U.N.Y.); University of Arizona (UA); Harvard University, University of Washington e University of Cambridge. Sua experiência é na área de Geociências e Física, com ênfase em Micrometeorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: - Física do Clima na Amazônia e sua relação com as mudanças no uso da terra e as mudanças climáticas globais. Seus estudos estão concentrados na região da confluência dos Rios Tapajós, Arapiuns e Amazonas e na região de influencia da BR-163 (FLONA do Tapajós).

Júlio Tóta da Silva, Universidade Federal do Oeste do Pará

Professor adjunto do curso de graduação em Ciências Atmosféricas da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. Formado em Bacharel em Meteorologia pela UFPA, mestrado em Meteorologia pelo INPE e doutorado em Clima e Ambiente pelo INPA-UEA. Atua como pesquisador e membro docente colaborador no programa de Pós Graduação em Clima e Ambiente (CLIAMB) do INPA. Desempenhou na UFOPA funções como Coordenador do curso de graduação em Bacharelado de Ciências Atmosféricas, atuou como Coordenador do curso de pós graduação em Sociedade Natureza e Desenvolvimento (PPGSND - doutorado), foi Diretor de Pós Graduação e Pró-reitor substituto no exercício da PROPPIT da UFOPA. Atualmente é professor adjunto e Diretor do Instituto de Engenharia e Geociências na UFOPA, e membro permanente dos programas de Pós Graduação em mestrado de Recursos Naturais da Amazônia (PPGRNA) e em doutorado em Sociedade Natureza e Desenvolvimento (PPGSND).

Publicado

2022-07-02

Edição

Seção

Tecnologia, Modelagem e Geoprocessamento

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