Atuação dos conselhos gestores do município de Viçosa-MG no enfrentamento da pandemia da Covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2179-684X.2021.001.0014

Palavras-chave:

Democracia social, Conselhos gestores, Covid-19

Resumo

A pandemia da Covid-19 desencadeou crise global que reclama atuação sem precedentes dos poderes constituídos no Brasil. Para além das mazelas da máquina pública de saúde do país, o evento descortina a grave crise federativa e de representatividade que dificulta uma nação genuinamente democrática. Nesse contexto, interessa o estudo dos conselhos gestores de políticas públicas, representantes da gestão participativa na incessante busca pela realização dos interesses da coletividade. Assim, o presente estudo busca analisar a atuação dos Conselhos Gestores do município de Viçosa-MG no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Especificamente pretende-se: identificar e descrever as ações para o enfrentamento da pandemia por parte desses Conselhos; compreender se as ações são efetivas; e identificar os desafios para os conselhos neste momento, sob o olhar dos entrevistados. Para tanto, parte-se de uma contextualização acerca da participação e controle social no âmbito brasileiro, rematando no sentido da essencialidade de mecanismos de participação popular para o aprimoramento do regime democrático. Seguindo-se com as conceituações dos conselhos gestores e das complexidades de sua atuação, tais como desenho institucional, representação, relações de poder, assimetria informacional e da participação. Os conselhos gestores em análise, guardadas as especificidades de suas áreas, são paritários e têm promovido ações no enfrentamento da pandemia, como atendimento e suporte à saúde a pacientes suspeitos e diagnosticados com Covid-19; realização de campanhas educativas de orientação e conscientização e campanhas solidárias. Embora a percepção de efetividade das ações tenha se apresentado quase consensual entre os entrevistados, foram sinalizados desafios relacionados a representatividade, escassez de recursos, intersetorialidade, participação social, dentre outros. Concluiu-se, por fim, que os conselhos devem se direcionar através de esforços coordenados, mirando alinhar sua atuação com a do governo, de modo a romper com a intersetorialidade e assegurar o cumprimento de seu papel na aproximação entre poder público e comunidade. Constatou-se, igualmente, a precisão de canais mais amplos e versáteis de comunicação e de prestação de contas, de otimização na utilização de recursos, bem como de capacitação de seus membros, preparando-os para o enfrentamento das crises emergenciais que hão de surgir.

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Biografia do Autor

Dayse Leticia Pereira Amâncio, Universidade Federal de Viçosa

Pós-graduanda no Programa de Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional - PROFIAP, da Universidade Federal de Viçosa - UFV, possui especialização em Gestão de Pessoas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC MINAS (2016) e graduação em Administração (2015) e em Gestão de Cooperativas (2011), ambas pela Universidade Federal de Viçosa - UFV. Atualmente compõe o quadro de servidores técnico-administrativos em educação da Universidade Federal de Viçosa - UFV, exercendo o cargo de Administradora. Possui interesse em temas relacionados à diversidade, Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida no Trabalho.

Ebio Viana Meneses Neto, Universidade Federal de Viçosa

Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Viçosa. Mestre em Administração Pública pelo Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional - PROFIAP. Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é Assistente Administrativo da Universidade Federal de Viçosa. Tem interesse nas áreas voltadas para o estudo da Gestão do Esporte, envolvendo Gestão do Esporte Universitário, Políticas Públicas de Esporte e Lazer, Marketing Esportivo, Profissionalização e Governança do Futebol.

Simone Martins, Universidade Federal de Viçosa

Simone Martins, pós-doutorado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC 2019), Doutora em Administração pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (2015), mestre em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (2008), especialista em Gestão Pública (2005), Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004). Professora do Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa. Pesquisadora do IPPDS - Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável - UFV. Coordenadora do grupo de trabalho Clacso: Espaços Deliberativos e Governança Pública - Gegop-Clacso (2016-2019). Líder do Grupo de Pesquisa/CNPq em Espaços Deliberativos e Governança Pública. Membro da Rede de Apoio à Pessoa Idosa em Minas Gerais, Brasil (RAPI-MG). Membro da Frente Nacional de Fortalecimento dos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa (FFC). Avaliadora/Parecerista de Periódicos/Revistas Científicas como a Revista de Administração Pública e Gestão Social (APGS) e membro do Conselho Editorial da Revista de Gestão e Contabilidade da UFPI. Possui experiência profissional na área de Administração. Participa de grupos de pesquisa nas áreas de Contabilidade e Politicas Públicas, Governança e Participação Social. 

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Publicado

2020-10-05