Interpretação ambiental e espeleoturismo: estudo sobre o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

Resumo

Inserido na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e considerado uma área-piloto pela UNESCO, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) constitui-se numa das Unidades de Conservação mais conhecidas e antigas do Estado de São Paulo, abrigando mais de trezentas cavidades naturais cadastradas e despertando o crescente interesse do Espeleoturismo e Ecoturismo. O aumento da visitação e o fato das cavidades, por vezes, coincidirem com ecossistemas frágeis provocam impactos negativos sobre o ambiente, podendo ser evitados ou diminuídos por meio de alternativas de procedimentos como a percepção e a conscientização ambientais. A capacidade de apreensão – aqui denominada “percepção” - das formas de vida, dos ornamentos, e do próprio ambiente cavernícola acarreta em interpretação, sendo que os valores, referências, emoções, expectativas e interesses do visitante influenciam diretamente no que será percebido. A conscientização ambiental gerada a partir da interpretação pode definir o possível grau de impacto que a área visitada sofrerá. Embora o PETAR possua infra-estrutura (portarias, regulamentação e diretrizes básicas para o turismo) que possibilite um fácil acesso ao remanescente de Mata Atlântica e a muitas cavidades naturais, ainda faz-se necessário um programa freqüente constituído por palestras, dinâmicas, e monitoramentos (promovidos pela administração do parque) que visem informar e convencer os visitantes por meio da educação ambiental, da real importância de se preservar os ambientes, favorecendo uma harmônica relação com a natureza e principalmente, conduzindo-os a um patamar de educação ambiental em que efetivamente sirva para a conservação ecológica das áreas naturais visitadas. Desta forma, o trabalho apresenta algumas considerações sobre como estimular a percepção e a interpretação ambiental em cavernas com potencial turístico, tendo como local de estudo o PETAR.