Sustentabilidade no Ecoparque de Una, Sul da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.6008/ESS1983-8344.2009.001.0009Palavras-chave:
EcoturismoResumo
O Ecoparque de Una localizado na região sul da Bahia tornou-se, desde a sua abertura, em 1998, uma importante fonte de pesquisas científicas e educacionais, tendo em vista o fato de ter sido o primeiro projeto demonstrativo de ecoturismo em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do nordeste brasileiro, com a denominação oficial de Parque Ecoturístico, e igualmente Posto Avançado de Reserva da Biosfera, no programa Man and Biosphère, da UNESCO. Não obstante, e levando em consideração os recentes avanços em torno de temas relevantes para a prática do ecoturismo em áreas protegidas no Brasil ¬– tais como a participação local, a conservação da natureza, a gestão compartilhada e alternativas no combate à pobreza¬ ¬–, partimos da constatação de que sem a participação de atores comunitários ou o envolvimento destes no recebimento de benefícios, o próprio sistema de gestão desenvolvido para a proteção da biodiversidade estaria comprometido. De posse desses dados, o objetivo deste artigo consistiu em verificar a maneira pela qual o ecoturismo praticado no Ecoparque de Una seria capaz de articular e fortalecer a gestão participativa comunitária, a proteção da biodiversidade na região e uma posterior repartição de benefícios (econômicos e sociais) advindos de suas atividades. Ora, sendo estes também objetivos de sustentabilidade a se alcançar no Ecoparque de Una, como ficaria o ecoturismo diante de uma possível desarticulação em sua gestão? Para responder esta questão, o trabalho divide-se em duas partes. Na primeira seção abordam-se a descrição, localização e análise dos atores e do contexto do ecoturismo praticado no Ecoparque de Una. Na segunda seção são analisados elementos de conflito surgidos entre os stakeholders, sendo elaborada uma reflexão comparativa entre o que consideramos falhas e acertos em suas operações, e a forma como estão engajados os atores institucionais que desejam tornar o Ecoparque de Una uma referência de ecoturismo sustentável ¬– econômica e socialmente – e capaz de proteger a biodiversidade local, representada pela significativa e exuberante mata atlântica. Concluímos o trabalho salientando sua proposta responsável em proteger a natureza e beneficiar comunidades, dentro evidentemente de uma perspectiva de sustentabilidade, mas ressaltando a urgência de um melhor planejamento de ações entre as partes, caso contrário, os objetivos listados acima e aos quais se propõe o Ecoparque podem estar severamente comprometidos.
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