Efeito da topografia na florística em uma floresta de terra firme na Amazônia Oriental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.6008/CBPC2318-2881.2022.003.0002

Palavras-chave:

Solos, Composição de espécies, Platô, Baixio, Amazônia

Resumo

Entender as interações solo-planta são importantes para gerar informações sobre os ecossistemas florestais. O objetivo do estudo foi testar se existe variação na riqueza, diversidade e composição de espécies da regeneração natural da floresta de terra firme em relação às zonas de platô e baixio, realizado na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), localizada no interior da Floresta Nacional de Caxiuanã, entre os municípios de Portel e Melgaço, Pará. Onde foram estabelecidas 75 parcelas de 2m x 2m em cada uma das duas zonas topográficas em três locais. Dentro de cada parcela todos os indivíduos foram contados e identificados. A umidade do solo em cada parcela foi obtida com aparelho hidrosense. A similaridade florística entre as parcelas foi analisada pela NMDS (Nonmetric Multidimensional Scaling). Foram identificadas 214 espécies na regeneração natural, 162 espécies registradas nos platôs com 1164 indivíduos em 48 famílias, sendo Fabaceae, Sapotaceae, Rubiaceae, Burseraceae, Lecythidaceae e Marantaceae as mais representativas. Nos baixios encontramos 60 espécies com 800 indivíduos em 32 famílias, sendo as famílias Cyperaceae, Poaceae, Rutaceae, Apocynaceae, Fabaceae e Araceae as mais representativas. A umidade do solo da floresta de terra firme foi significativamente menor nas zonas de platô (x=17.9; dp=3.9) em comparação as zonas de baixio (x=80.7; dp=18.5) (t=25.67; p=0.0001). O número de espécies da comunidade de plantas da regeneração natural foi significativamente menor nos baixios em comparação aos platôs (t=-4.63; p=0.0001). A densidade de indivíduos de plantas da regeneração natural foi significativamente menor nos baixios (x=10.7; dp=4.2) em comparação aos platôs (x=15.5; dp=5.9) nas três áreas inventariadas nesse estudo (t=-5.79; p=0.0001). A análise de NMDS mostrou que há uma nítida separação da composição de espécies da regeneração natural da floresta de terra firme entre as parcelas nas zonas de platô e baixio (R=0.29561) (F=12.086; p=0.001). As parcelas da regeneração natural nas zonas de platô não se separaram entre os três locais de amostragem, enquanto as parcelas nas três zonas de baixio se separaram nitidamente. As formas de vidas que mais influenciaram na separação da composição de espécies entre platô e baixio foram a forma de vida arbórea, herbácea e erva. Os resultados desse estudo têm muita importância, pois demonstram que mesmo em uma pequena escala geográfica é observada uma grande partição da composição de espécies da regeneração natural da floresta de terra firme entre as duas zonas topográficas e entre os locais de baixios amostrados na Estação Científica Ferreira Penna.

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Biografia do Autor

Marcilene da Silva Pinheiro, Museu Paraense Emílio Goeldi

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2009), mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2013). Foi bolsista PCI - dd-dd - Museu Paraense Emílio Goeldi. Doutora em Biodiversidade e Evolução pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. 

Leandro Valle Ferreira, Museu Paraense Emílio Goeldi

Possui graduação em Ciências Biologicas pela Universidade de Brasília (1985), mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1991) e doutorado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2001). Atualmente é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi e orientador de mestrado e doutorado. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Paisagem, Ordenamento Territorial e Ecossistemas aquáticos, atuando principalmente nos seguintes temas: interação clima-biodiversidade, ecologia de áreas alagadas, inventario floristicos e florestais, monitoramento de parcelas permanentes, recuperação de áreas degradadas, planos de manejo de unidades de conservação e Projetos de Pesquisa de Longa Duração (PELD). É coordenador do Sítio PELD-FNC.

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Publicado

2023-01-09

Edição

Seção

Conservação da Biodiversidade